Por Maria Izabel Monteiro
A prefeitura, com atuação da Empresa Pública Municipal de Saneamento (Esane), continua a meta de coletar e tratar todo o esgoto do município em quatro anos e está operando a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Imburo, localizada no Condomínio Residencial Brisa do Vale, no bairro do Imburo.
Este trabalho começou a ser realizado em janeiro deste ano, quando a Esane recebeu a ETE por comissionamento, realizando vistorias e solicitando da empresa responsável pela construção do condomínio, a João Fortes Engenharia, a realização de pequenos ajustes, que foram feitos. Depois disso, a Esane passou a operar mais essa estação de tratamento de esgoto do município, ampliando as ações de esgotamento sanitário em Macaé. A empresa mantém operadores, diariamente, na área da ETE.
A ETE Imburo ocupa uma área de cerca de dois mil metros quadrados, tem capacidade de tratar em média 18 litros por segundo e atender cerca de nove mil moradores.
O sistema de tratamento adotado na ETE é do tipo RAFA (Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente) mais tanque de aeração. Inicialmente é realizado o tratamento preliminar, com gradeamento manual, onde são retidos e removidos sólidos grosseiros presentes no efluente. Em seguida acontece o gradeamento mecanizado, através de equipamento automatizado, onde são retidos e removidos sólidos finos ainda presentes no efluente, que passa por caixa desarenadora, dispositivo com finalidade de separar por decantação areias e outros materiais pesados que se encontram em suspensão. Sua principal finalidade é a proteção de bombas, válvulas e acessórios contra a abrasão, entupimento e o assoreamento.
Após o tratamento preliminar, o efluente é encaminhado para um medidor de vazão e posteriormente para a estação elevatória, onde será bombeado para a ETE, passando então por tratamento primário e secundário.
ANAERÓBIO – O tratamento biológico ocorre por processo anaeróbio, isto é, sem oxigênio. A decomposição da matéria orgânica é feita por microorganismos presentes num manto de lodo. O esgoto sai da parte de baixo do reator e passa pela camada de lodo, que atua como um filtro. A eficiência atinge de 65% a 75%. E ETE Brisa do Vale possui dois tanques RAFA, que podem atuar de forma independente se for necessário.
Em seguida acontece o tratamento secundário, no qual a matéria orgânica presente no esgoto é degradada por ação de microorganismos aeróbicos (que necessitam de oxigênio para realizar suas funções). O oxigênio para que este processo ocorra é fornecido por um sistema de sopradores de ar no fundo do tanque, que é misturado às massas de esgoto por meio de agitadores, possibilitando desta forma a sua utilização pelos microorganismos.
A ETE Imburo conta ainda com adensador de lodo, para espessamento de lodo proveniente da unidade de tratamento de efluentes, com finalidade de deixar o lodo com uma consistência apropriada para ser enviado a unidades de gerenciamento de resíduos.
Após o tratamento secundário, o efluente é lançado no corpo hídrico receptor, que no caso da ETE Imburo é o canal contribuinte do Canal do Arrozal e que passa atrás do Condomínio Brisa do Vale. A eficiência média de remoção de nutrientes de 87,4 %.
Para garantir a eficiência do sistema de tratamento, a equipe do laboratório de controle de qualidade da Esane realiza coleta mensal do efluente já tratado. Quem visita a Estação pode constatar que o efluente que chega ao canal é limpo, claro e não tem cheiro, o que evidencia a eficiência da ETE, mais uma grande estação de tratamento de esgoto operada pela prefeitura. Na área do entorno da ETE , a Esane, em parceria com a João Fortes, está realizando reflorestamento com plantio de espécies nativas na região.
Além da ETE Imburo, a Esane está se preparando para assumir o tratamento de outras estações de esgoto já existentes na cidade, como a ETE do Residencial do MRV, localizada próximo ao Barreto e que vai atender também ao Jardim Franco; a ETE da Cidade Universitária e posteriormente a ETE do Bosque Azul.
Sobre a obrigação de os empreendimentos imobiliários construírem estações de tratamento de esgoto, a Esane informa que, quando o empreendimento produz por dia mais de 25 quilos de DBO (demanda bioquímica de oxigênio), ele é obrigado a construir uma estação de tratamento de esgoto. No caso de produção menor de DBO, pode ser construído um sistema de fossa filtro sumidora dimensionada.
Fonte: Ascom/Macaé-RJ