“Oportunidades no mercado externo de serviços” é o tema do Encontro Nacional de Comércio Exterior de Serviços (ENAServ 2016), promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e apoio da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de S. Paulo (Fecomercio-SP), hoje em São Paulo.
José Augusto de Castro, presidente da AEB; Marcelo Maia, secretário de Comércio e Serviços do MDIC; David Barioni Neto, presidente da Apex-Brasil; Guilherme Castanho Franco Montoro, do BNDES; o vice-presidente da Fecomércio-SP, Rubens Medrano; e o presidente da Fecomércio-PR, Darci Piana, participaram da mesa de abertura do evento, que reúne representantes do governo e do setor exportador de serviços.
A importância do setor de serviços para o maior desenvolvimento do comércio exterior brasileiro foi o tema abordado pelo presidente da AEB, José Augusto de Castro, na abertura do evento. Segundo ele, o Brasil precisa conhecer o seu potencial e desenvolver esse segmento. “Os brasileiros ainda desconhecem os benefícios das exportações de serviços, que é muito mais simples do que exportar bens. Hoje, o segmento mais importa do que exporta e nós temos condições de mudar isso”, afirmou. Ainda, segundo Castro, “não podemos esperar que as oportunidades caiam no nosso colo” e citou o exemplo da China, que até recentemente não tinha um comércio exterior forte e hoje exporta pelo menos dez vezes mais que o Brasil.
Na ocasião o secretário Marcelo Maia defendeu o fortalecimento das exportações de serviços e fez um resumo das ações do governo para estimular o comércio internacional do segmento. De acordo com Maia o setor terciário mostra crescente relevância na economia brasileira e apresentou crescimento significativo, apesar da situação atual. “De 2003 a 2015 as atividades de comércio de bens e à prestação de serviços passou de 65% para 72%, segundo o IBGE, gerando oito milhões de empregos”, informou.
“O setor de serviços sempre esteve atrelado ao comércio exterior e ganhou escala, crescendo acima da média mundial, mas no Brasil ainda é um setor de participação tímida”, destacou David Barioni. Acrescentou ainda que, hoje, mil empresas de 14 setores da economia, como software, franquias, arquitetura, entre outras, recebem apoio da Apex-Brasil para participarem eventos internacionais, visando apresentar e estimular a venda desses produtos no exterior.
Para Rubens Medrano, após esse período turbulento que a economia brasileira está passando o setor de serviços irá tomar novo impulso e a iniciativa privada será muito importante nesse processo, assim como a cooperação do governo e de organizações que apoiam a exportação. “Nem tudo está perdido, temos desafios pela frente e vamos superá-los”, afirmou. Guilherme Franco Montoro ressaltou o apoio do BNDES as exportações de serviços, assim como o comprometimento da instituição para o desenvolvimento desse segmento. Darci Piana enfatizou a importância do setor para a economia brasileira
Segundo o MDIC, enquanto o valor das exportações mundiais de serviços teve elevação de 133,5% no período de 2003 a 2012, o Brasil mostrou aumento de 281,6% no período, de acordo com dados da United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD) e do Banco Central do Brasil (BCB). Os números divulgados pelo ministério mostram que, apesar do déficit no balanço de serviços, associado à dinâmica do crescimento interno, há expansão nas exportações de serviços brasileiros, que passaram de 0,6% em 2003 para 0,9% das exportações mundiais em 2012.
Fonte: Assessoria de Imprensa Enaserv