ABECE
Em sua coluna semanal do caderno Cotidiano do jornal Folha de S.Paulo, o colunista e professor Pasquale Cipro Neto publicou, no dia 24 de março de 2016, um artigo intitulado “A bendita compreensão de texto”.
No quarto parágrafo do referido artigo ele escreve “Os nossos engenheiros não conseguem fazer cálculos corretos quando constroem edifícios, pontes etc. (não sou eu que digo isso; é o próprio Crea). O resultado disso…”
Indignada com tal colocação de sua parte, a ABECE acionou suas áreas competentes (assessoria de imprensa e assessoria jurídica) para apuração de quais medidas seriam cabíveis para refutar tal afirmação.
A assessoria de imprensa argumentou que, por tratar-se de um artigo de colunista fixo do jornal, qualquer retratação deve ser feita diretamente a ele, pois artigo reflete a opinião do próprio autor e não do veículo no qual é publicado. O tema do artigo não está calcado única e exclusivamente na questão dos engenheiros. Estes, são apenas mencionados no contexto do artigo e o autor remete a sua afirmação ao próprio Crea. E não é pelo simples desconhecimento da existência da ABECE como representativa dos calculistas, mas porque alega que é o próprio “Crea” que faz tal esta afirmação…
Portanto, a assessoria de imprensa alegou que quem deveria fazer tal questionamento sobre a veracidade da afirmação sobre os engenheiros é o CREA, nominalmente mencionado na publicação.
Imediatamente, foi estabelecido contato com o Assessor de Imprensa do CREA-SP para apuração das medidas tomadas por esta instituição junto ao publicado e se realmente alguém desta instituição havia fornecido tal informação. O mesmo ficou de apurar e dar retorno à ABECE.
No dia 8 de abril, o assessor de imprensa do CREA-SP enviou um e-mail para o colunista do veículo solicitando esclarecimentos sobre informação publicada no artigo com relação à fonte no CREA utilizada para tal afirmação.
(e-mail do CREA enviado ao colunista)
A assessoria jurídica da ABECE, por sua vez, conversou com o departamento Jurídico do CREA/SP relatando a ocorrência e obtendo a informação que o assunto era, até então, desconhecido pelo Conselho. Orientou que se protocolasse um ofício ao presidente da instituição, o que foi prontamente acolhido pelo presidente da ABECE e, no dia 11 de abril de 2016, o ofício foi protocolado pela instituição (link do ofício endereçado ao presidente do CREA).
Novamente em contato com a Assessoria de Imprensa do CREA-SP, a Assessoria de Imprensa da ABECE, na busca por informações sobre os procedimentos por parte do CREA quanto ao publicado, obteve, em 15 de abril, a informação de que o assessor acionou a ombudsman da Folha de S.Paulo, Vera Guimarães Martins, e enviou-lhe, inclusive, o ofício da ABECE para o CREA-SP reforçando a necessidade de haver um retorno do veículo com relação ao publicado na coluna.
Por intermédio de novo contato com o assessor de imprensa do CREA-SP, a AI da ABECE foi informada que em 20 de abril foi publicado no site do Crea-SP um artigo do Presidente Francisco Yutaka Kurimori em resposta à afirmação do Prof. Pasquale (http://www.creasp.org.br/noticia/institucional/2016/04/20/engenheiro-sujeito-determinado/2095 ).
Dias depois, a ABECE recebeu o ofício datado de 20 de abril em nome do presidente do CREA para o presidente da ABECE em resposta ao oficio datado de 11/4, afirmando que o Conselho está em contato com o veículo Folha de S.Paulo para apuração dos fatos e solicitação de esclarecimentos. (link para o oficio do CREA)
Nada mais, até a presente data, chegou ao conhecimento da ABECE sobre possíveis resoluções a respeito do caso. Indiferente de terem sido mencionados ou não os engenheiros calculistas, o fato é que coloca-se em descrédito, mesmo que em um artigo cujo foco não era a discussão sobre engenharia, o papel dos engenheiros deste país.
Nós que procuramos sempre contribuir, com conhecimento e responsabilidade, para o desenvolvimento e engrandecimento do país em momentos de crise ou de progresso. Que buscamos, acima de tudo, primar por segurança e eficácia nas obras que projetamos.
A ABECE vem, há mais de duas décadas, lutando pela valorização do engenheiro estrutural e consequentemente pela categoria de uma forma mais abrangente.
Precisamos refletir sobre o caminho a ser trilhando para melhorarmos nossa imagem, frente aos órgãos de imprensa e opinião pública, para continuarmos projetando e construindo o futuro deste país. Ou vamos esbarrar sempre “na maldita incompreensão do nosso trabalho”.
ABECE