Embasada em pesquisa de campo, obra trata de políticas públicas, assentamentos precários, PAC, UPPs e outras intervenções governamentais
O Ipea lança a publicação Vida Social e Política nas Favelas na próxima quinta-feira (30), em uma roda de conversa com autores e convidados sobre núcleos de pesquisa, documentação e memória em espaços populares, às 16h, na Avenida Presidente Antonio Carlos, 51, auditório do décimo andar, no Centro do Rio. O evento será gratuito, aberto ao público, mas é necessária a confirmação de presença por meio do e-mail: eventos@ipea.gov.br.
O livro amplia a produção do Ipea já consolidada em diagnósticos e acompanhamento das políticas públicas voltadas para os assentamentos precários e favelas, em uma perspectiva institucional e histórica. A obra originou-se no projeto Políticas Públicas para as Favelas: Passado e Presente e contribui para a compreensão dos arranjos institucionais que viabilizam as ações públicas nas favelas, e dos mecanismos de participação política dos moradores. Este tipo de informação sobre as favelas é produzido, essencialmente, por meio de pesquisas de campo, pois as estatísticas censitárias sobre as favelas sofrem muitas limitações para informar sobre os arranjos institucionais que viabilizam o acesso da população aos bens e aos serviços públicos, bem como sobre como tais arranjos interferem nos resultados das ações estatais.
Coordenado pela técnica de planejamento e pesquisa do Ipea Rute Imanishi, o trabalho é resultado de uma parceria com o Instituto Raízes em Movimento, que tem sede e atuação no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. O livro tem como matéria-prima um conjunto de pesquisas de campo realizadas por pesquisadores e professores universitários de diversas instituições – além do Ipea, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade Federal Fluminense (UFF), o Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp/Uerj), a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Pesquisadores destas instituições participaram dos encontros organizados pelo Instituto Raízes em Movimento de 2011 a 2015. Já a equipe de pesquisa do Ipea chegou em 2010, antes da ocupação policial no Alemão. “Utilizo os resultados das pesquisas que coordenei no âmbito do Ipea sobre o histórico fundiário e a memória dos moradores da área. Ao longo do texto, procuro identificar os arranjos institucionais que viabilizaram as intervenções do Estado para a urbanização das favelas da região, até a sua definição como um bairro, destacando o papel das associações de moradores”, descreve Imanishi. Segundo ela, o trabalho tem foco no papel das intervenções governamentais no processo histórico de construção das favelas que hoje fazem parte do Complexo do Alemão.
Fonte: Assessoria de Imprensa IPEA