Comperj
Julho, 2016 – O prefeito de Itaboraí, Helil Cardozo, classificou como “covardia” com a cidade e também com o Estado o fato de as obras de construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) terem sido paralisadas no fim de 2014. Na terça-feira, ele participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa (Alerj), que discutiu a questão.
“A retomada das obras é uma questão de boa vontade da Petrobras. Acredito que, com a nova gestão da empresa, essa boa vontade exista, e vamos continuar cobrando. Para isso, é preciso que todos os interessados estejam juntos nessa empreitada”, afirmou o prefeito de Itaboraí.
Helil Cardozo também comentou as recentes notícias de que a Petrobras decidiu dar continuidade à implantação da Unidade Processadora de Gás Natural (UPGN) na cidade, lembrando que o empreendimento é bem vindo, apesar de não resolver a situação do município no que diz respeito ao que foi planejado em relação ao Comperj.
“A retomada das obras da UPGN, se realmente acontecer, será apenas um alento. Na verdade, essa notícia já foi divulgada no ano passado. O que esperamos é que, desta vez, a ação seja efetivamente concretizada”, disse Helil. “É importante que a população saiba que o que queremos de verdade é a retomada das obras de construção da refinaria Trem 1. Só isso irá, verdadeiramente, contribuir para a recuperação de nossa arrecadação e a geração de empregos num nível bem mais elevado”.
O prefeito prevê que a retomada das obras da UPGN gere uma receita mensal de R$ 7 milhões do Imposto Sobre Serviços (ISS) para o município apenas durante a obra, e a criação de cerca de 4 ml empregos temporários. No entanto, explica Helil, é preciso que a Petrobras estabeleça os prazos de início dos trabalhos e priorize a contratação de mão de obra local.
“Quando as obras do Comperj estavam no auge, a Prefeitura arrecadava, só de ISS, R$ 23 milhões mensais. Hoje, essa arrecadação não chega a R$ 2 milhões. Portanto, se arrecadarmos R$ 7 milhões será um alento, mas ainda estaremos longe do que era. Até porque, depois de concluída a obra, não haverá arrecadação significativa do empreendimento. Por isso é que brigamos pela retomada da construção da refinaria”.
Também presidente do Consórcio Intermunicipal do Leste Fluminense (Conleste), Helil Cardozo diz que, com o Comperj inoperante, o Estado do Rio deixa de arrecadar cerca de R$ 400 milhões de ICMS por mês.
“É uma quantia considerável e que faz muita falta para as cidades do entorno do Comperj”, ressaltou o prefeito.
A audiência pública foi comandada pelo deputado estadual Paulo Ramos, presidente da Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Alerj. Na ocasião, ele se solidarizou com o prefeito Helil Cardozo e sugeriu a realização de novas audiências com o governador em exercício, Francisco Dornelles; o ex-ministro e atual chefe da Secretaria-Executiva do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Governo Federal, Moreira Franco, e também com os prefeitos do Conleste e demais trabalhadores.
“É fácil compreender as dificuldades enfrentadas pelo prefeito Helil Cardozo em Itaboraí. Ele está tentando equilibrar o que é praticamente impossível de ser equilibrado”, afirmou Paulo Ramos.
Também participaram da audiência pública os deputados Luiz Paulo, Waldeck Carneiro, Dr. Julianelli e Dr. Sadinoel, além de representantes sindicais de trabalhadores dos setores petroleiro e naval.
Fonte: Ascom/Prefeitura de Itaboraí-RJ