Apesar da recessão, investidores apostam em self storage

Profissionalização do segmento amplia oferta e cria alternativa de armazenamento para consumidores pressionados pela redução no tamanho de imóveis residenciais

São Paulo, 28 de setembro – A nova tendência de construir imóveis residenciais com espaços menores impulsionou o segmento de self storage nos últimos anos no Brasil, mas o excesso de oferta, em meio a mais de dois anos de recessão, está agora derrubando preços. Hoje, 50% da demanda desse mercado já é formada por pessoas físicas, que, com a diminuição no tamanho de casas e apartamentos nas grandes metrópoles, buscam uma opção com bom custo benefício para o armazenamento de seus pertences.

O self storage é um formato de locação relativamente novo no Brasil e compreende a disponibilização de espaços que permitem guardar itens de uso pessoal por pessoas físicas ou como alternativa para acondicionamento de estoque e guarda de documentos por pequenos empresários.

storage

Levantamento da Engebanc Real Estate, consultoria imobiliária nacional focada no mercado corporativo, mostra que, nos últimos cinco anos, o número de unidades no Brasil cresceu quase 300%, chegando a mais de 160 unidades no último trimestre.

No entanto, a entrada de investidores institucionais interessados nas oportunidades de longo prazo proporcionadas pelo segmento, em um cenário de recessão, tem melhorado a qualidade e o tamanho do estoque de espaços para locação, contribuindo para uma redução dos preços no Rio de Janeiro e São Paulo. A análise realizada pela Engebanc mostra que, na comparação com o trimestre anterior, o preço médio recuou 3,9% no Rio de Janeiro e 1,8% em São Paulo, sendo que o preço médio na capital fluminense supera em 22,5% os praticados na capital paulista.

 

rio

“O segmento de self storage tem mantido uma rota de crescimento no Brasil e consolida-se como a nova fronteira imobiliária das principais capitais do país”, diz Marcelo da Costa Santos, CEO da Engebanc Real Estate.

sp

Em São Paulo, embora o mercado de “guarda-móveis” já exista há anos, a mudança na lei de zoneamento ampliou a oferta de galpões e prédios comerciais subutilizados disponíveis para o processo de retrofit e alocação de condomínios modernos de self storage. Esse cenário, somado à tendência de redução no tamanho dos imóveis residenciais, atraiu a entrada de novos players, que tem utilizado estratégias comerciais agressivas para atrair e reter clientes. Já no Rio de Janeiro, a escassez natural de espaços observada nas regiões mais valorizadas da cidade reforça a oportunidade para o desenvolvimento de empreendimentos que supram a demanda por espaços para armazenagem de bens pessoais.

“O estoque crescente e de qualidade superior dessa nova oferta está mudando a cara do segmento no Brasil, o que amplia a pressão para que os proprietários de condomínios antigos de guarda-móveis se adaptem à essa realidade”, afirma Santos. Recentemente, um banco de investimentos estrangeiro aportou R$ 600 milhões em uma das maiores empresas do setor, o que indica que os players começam a enxergar o potencial da economia brasileira no longo prazo.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *