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Grupo de Conjuntura do Ipea projeta crescimento de 0,7% do PIB em 2017 – Jornal da Construção Civil

Grupo de Conjuntura do Ipea projeta crescimento de 0,7% do PIB em 2017

Técnicos divulgaram ontem, quinta-feira (30/03) projeções para a economia e nota técnica sobre capacidade produtiva ociosa

Março, 2017 – O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou ontem, 30, a Visão Geral da Carta de Conjuntura nº 34. O estudo traz projeções para a economia brasileira e detalha os sinais de recuperação. Uma das análises indica que o primeiro trimestre de 2017 registrará variação positiva do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,3 %, na série com ajuste sazonal, rompendo uma sequência de dados negativos desde o último trimestre de 2014. Para o ano fechado de 2017, o Grupo de Conjuntura do Ipea projeta um aumento de 0,7% do PIB, com taxas crescentes a partir do segundo trimestre.

Essas estimativas consideram um cenário em que não haverá grandes mudanças no ambiente externo, que a situação política doméstica se estabilizará e que o Brasil continuará avançando na estruturação de um arcabouço constitucional e infraconstitucional que dê suporte crível a um novo regime fiscal.

Segundo essas projeções, o processo de desinflação em curso continuará ao longo de 2017 e o IPCA deve fechar o ano em 3,9%, bem abaixo, portanto, do centro da meta de inflação para o ano (4,5%). Em 2018, à medida que a atividade acelerasse, permitindo a recomposição de margens pelas empresas, e a contribuição do aumento da oferta de alimentos se dissipasse, a inflação poderia voltar a subir levemente para níveis próximos do centro da meta.

A projeção do Ipea aponta para um crescimento econômico de 3,6% em 2018, com inflação em 4,5%. O estudo do Ipea apresenta estimativas também para o PIB industrial, o PIB de serviços e o PIB agropecuário, além da taxa Selic e a taxa de câmbio (R$/US$). O cenário traçado pelo Grupo de Conjuntura é de aumento dos gastos de investimento e consumo e redução de juros, um contexto que permita ao Banco Central reduzir a Selic para 8,75% a.a. ao final de 2017 e mantê-la nesse mesmo patamar durante 2018.

Como os gastos públicos estarão limitados pela restrição fiscal, o crescimento no biênio 2017-2018 deverá se basear fundamentalmente na demanda privada doméstica: além do impulso dos investimentos, o trabalho projeta recuperação gradual, mas também importante, do consumo das famílias. Essa recuperação seria impulsionada, em um primeiro momento, pela redução da inflação e dos juros, pelo impacto positivo da liberação dos recursos do FGTS e pela estabilização das condições do mercado de trabalho. Em um segundo momento, o consumo aumentaria devido à melhora no mercado de trabalho, consubstanciada no aumento das contratações e na redução do desemprego, e pelo alívio das condições do crédito.

Também na quinta, o Grupo de Conjuntura apresentou a nota técnica Capacidade produtiva ociosa atual e projeção para o produto potencial 2017-2018. O estudo aponta um hiato de produto da ordem de 7% como retrato da ociosidade produtiva resultante do quadro recessivo atual. Essa ociosidade, no entanto, proporciona capacidade de oferta para uma retomada do crescimento econômico que, para ser mantido, teria de vir acompanhado de recuperação expressiva dos investimentos em capital fixo e melhora da eficiência da economia.

Fonte: Ascom/IPEA

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