Rio, julho, 2017 – O economista André Nassif, professor dos MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), avalia a mudança na política de reajuste dos preços da gasolina e do diesel comercializados pela Petrobras em suas refinarias em todo o país como acertada. Segundo ele, a política de controle de preço dos combustíveis pelo governo federal, adotada em 2014, não deve ser repetida.
“A interferência no valor cobrado nas bombas acabou afetando as empresas do setor e criou um grande endividamento da Petrobras. Os agentes econômicos já perceberam que o preço interno não vai variar tanto nos próximos anos”, avalia André Nassif. Ele ressalta, no entanto, que o governo deve ter cuidado para evitar que os indicadores da inflação sejam impactados. Opinião compartilhada com a do coordenador do MBA Executivo de Gestão e de Negócios em Petróleo e Gás da FGV, Alberto Machado Neto.
“O governo tem que ter sempre uma análise macro. Nós produzimos boa parte do petróleo consumido no país, logo os aumentos devem ser proporcionais à quantidade importada. Os acréscimos nos preços não devem ser equivalentes aos que podem acontecer internacionalmente porque não somos um país que importa tanto quanto outros que nada produzem”, observa Alberto Machado Neto.
O coordenador do MBA Executivo de Gestão e de Negócios em Petróleo e Gás da FGV destaca ainda que a Petrobras, por ser estatal, não deveria ter uma visão estritamente de mercado. “Os aumentos não podem visar apenas o lucro e, sim, também a sociedade”, opina Alberto Machado Neto.