Por Severian Rocha
Setembro, 2017 – No Brasil muito se fala em eficiência produtiva na indústria, entretanto pouco se faz realmente para aplicar este termo no dia a dia. São enormes desperdícios. Uns dos casos mais emblemáticos são os resíduos gerados pela construção civil no país.
De acordo com a ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, somente em 2014, o país gerou 122.262 toneladas de resíduos na construção civil por dia. São descartes provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil. Gerando um enorme impacto ambiental no meio ambiente e para a sociedade. Além do custo alto no final da execução da obra.
Pensando em novas soluções e inovações para o setor, o Jornal da Construção Civil entrevistou o diretor da incorporadora CAPPINI Negócios Inteligentes, Raphael Grigoletto que vem desenvolvendo práticas sustentáveis para atender a indústria da construção civil.
Jornal da Construção Civil – Raphael conte um pouco da história da CAPPNI?
Raphael Grigoletto – A CAPPINI iniciou suas atividades no ano de 2014, no formato de uma holding, e com o foco em soluções para empreendimentos imobiliários abrangendo todos os seus ciclos. A motivação dos fundadores da CAPPINI foi a de ocupar uma lacuna existente no mercado de incorporação, que por suas estruturas arcaicas e ineficientes, não se modernizou, não se pautou em inovações processuais, de materiais, de escolhas assertivas de localização e de suas metodologias construtivas mais condizentes com a atual demanda e momento mercadológico que o país atravessou, e vem atravessando.
Vislumbrando essa série de oportunidades, a CAPPINI se posiciona hoje como uma empresa nascente dentro deste vasto mercado, sem passivos, sem estoques remanescentes e com uma visão de longo prazo que a torna única dentro do segmento.
A união de profissionais com longa experiência e vivencia dentro do mercado da construção civil, confere à CAPPINI, as credenciais necessárias para ser a protagonista no novo estágio que vivenciaremos no mercado imobiliário brasileiro.
Jornal da Construção Civil – A empresa é especializada em soluções para Construção Civil? Sempre na área de resíduos?
Raphael Grigoletto – A empresa é uma desenvolvedora imobiliária, sempre focada em processos e qualidade nas informações trocadas, gerando a maior eficiência possível no trabalho de todos os parceiros envolvidos.
Jornal da Construção Civil – Raphael, você fala que o Brasil gera 122 mil toneladas de resíduos na construção civil no país. Essa quantidade enorme de resíduos prejudica os projetos? No que se refere ao atraso da entrega de uma obra ou até a elevação do custo final da obra?
Raphael Grigoletto – Prejudica diretamente o cliente final, que acaba pagando por este custo. Tudo que se joga fora possui um preço. Tanto atraso como elevação de custos, são funções de planejamentos não muito bem detalhados, onde ficam lacunas para que as decisões sejam tomadas na obra, na fase de obra, deve-se realizar; a maior parte do planejamento deve se realizar na fase que antecede o início de obra.
Jornal da Construção Civil – Raphael, o problema dos resíduos na Construção Civil no Brasil é antigo. Você acha que é uma questão de hábitos antigos? Na verdade são hábitos de desperdícios que estão em vários setores econômicos do país. Então, neste cenário atual (crise), enxugar os orçamentos – custo dos projetos, também, passa por diminuir a perda de materiais em geral nos canteiros de obras?
Raphael Grigoletto – A minha opinião, trata-se mais de uma questão de organização das informações e metodologias bem estabelecidas de trabalho, do que simplesmente cortar custos diretamente. A redução de custos acontece em função da organização das informações e metodologias bem desenhadas. O Brasil, em geral, não possui o hábito de dedicar tempo em planejar; existe uma sede grande em iniciar as ações, na maioria das vezes sem pensar no processo do início ao fim e isso é o que acaba gerando os desperdícios, por falta de planejamentos detalhados.
Jornal da Construção Civil – O que a CAPPINI apresenta de novo ao mercado, para mudar este quadro de desperdício na Construção Civil? São soluções desenvolvidas pela própria CAPPINI ou a empresa segue uma tendência mundial, de redução do desperdício nas obras?
Raphael Grigoletto – a resposta é simples e direta: processos bem estudados, desenhados e desenvolvidos em parceria com os participantes do negócio de acordo com o ciclo de vida de um empreendimento imobiliário. Quando se desenha o processo colhendo informações determinantes, o planejamento passa a considerar em primeiro lugar, a redução do desperdício, e é onde está o maior volume de geração de resíduos.
Jornal da Construção Civil – Raphael, este mercado de resíduos, em especial que atende construtoras, tende a crescer muito no Brasil? Podemos dizer que o futuro é a Construção Sustentável?
Raphael Grigoletto – O que provavelmente acontecerá é que as empresas de desenvolvimento imobiliário e construção, focarão nos 3 R’s, sequencialmente, Reduzir, Reaproveitar, Reciclar; ou seja, primeiro REDUZIR, fazendo uma análise mais aprofundada na fase de planejamento; em segundo, reaproveitando materiais desperdiçados em aplicação para outros fins; e, em terceiro, (resposta direta para a pergunta) tratar o restante do que sobrou através de processos de reciclagem, onde existe uma lacuna enorme de oportunidades para novos processos.