Por Christian Camara
Dezembro, 2017 – A busca pelo melhor sistema de segurança para trabalho em altura passa necessariamente por avaliações importantes, tais como o local de instalação, a atividade a ser exercida e a interferência na estrutura. Em telhados, as linhas de vida são sistemas bastante utilizados, mas há pelo menos duas variações significativas: Linhas de Vida para Restrição de Movimento e Linhas de Vida para Contenção de Quedas. Como saber qual é a mais adequada?
Christian Camara, diretor executivo da Dois Dez Industrial e também colaborador convidado do Ministério do Trabalho na elaboração da NR-35 (norma que estabelece os requisitos de proteção para o trabalho em altura), destaca que o principal ponto para definição entre esses dois modelos de linhas de vida é o tipo de cobertura do edifício. “Se a superfície da cobertura, ou telhado, oferece o risco de se romper, havendo assim uma queda do usuário, a Linha de Vida deve ser para contenção de quedas”, destaca.
Este tipo de sistema de ancoragem deve ser dimensionado para suportar as imensas forças de impacto, que são geradas no momento da queda. “Deve-se levar em consideração também o impacto gerado no trabalhador e na estrutura da cobertura, na qual a linha de vida foi fixada”, reforça. Camara menciona ainda a importância da linha de vida para contenção de quedas possuir um sistema de absorção de impacto eficiente. “É um elemento essencial neste caso, tanto para preservar a vida do trabalhador, quanto também a estrutura da cobertura, o que nesta ocasião acaba por se tornar a mesma coisa”, alerta.
Para coberturas em que não exista o risco da superfície se romper, como em lajes feitas de concreto, por exemplo, o risco em questão seria de queda pelo perímetro do edifício. “Nesses casos podemos fazer com que o talabarte que conecta o usuário à Linha de Vida, seja menor que a distância até o perímetro do prédio. A restrição de movimento dentro de uma área segura torna impossível a queda do usuário”, explica Camara.
Qualquer que seja o formato do telhado, uma das ferramentas mais poderosas na prevenção de acidentes é a Análise Preliminar de Risco (obrigatória, de acordo com a NR-35), feita por um profissional qualificado. “Sua avaliação deverá considerar a estrutura e entender os riscos inerentes ao tipo de atividade exercida naquela cobertura. Desta forma, saberá solicitar a Linha de Vida adequada ou ao menos informar para a empresa fabricante do sistema de ancoragem, as peculiaridades daquela atividade para que possam oferecer a solução adequada”, orienta Christian Camara.
Christian Camara – Diretor executivo da empresa Dois Dez Industrial. Profissional de acesso por corda N3, Instrutor de acesso por corda e resgate em altura. Examinador, consultor de acesso por corda e um dos autores do manual de acesso por corda pela Abendi. Técnico Rigger pela NSL/EAL-UK, especializado em montagem e remoção de plataformas de petróleo.