Setembro de 2020 – Em plena vigência de uma pandemia que restringiu investimentos em quase todos os setores, alguns setores da economia como energia renovável, agronegócio e alimentos, vêm avançando no Brasil, devido à sua importância estratégica. No Paraná, as empresas que constituem o Complexo Eólico Palmas II, com um investimento superior a 1 bilhão de reais, que produzirá até 200 megawatts energia elétrica com a velocidade dos ventos na região sudoeste do estado, comemoraram nesta semana duas boas notícias.
“A primeira boa nova veio do Governo do Paraná, que renovou a licença ambiental prévia da nossa usina concedida pelo Instituto Água e Terra, mesmo operando em regime remoto, diz Ivo Pugnaloni, engenheiro eletricista presidente da ENERBIOS, empresa líder da iniciativa, que faz parte do grupo ENERCONS.
“A segunda notícia muito boa foi que a energia poderá enfim escoar-se pelo município de Palmas e não por Bituruna, três vezes mais longe, pois o governo de Santa Catarina acaba de anunciar a construção de uma subestação na cidade de Abelardo Luz, que irá facilitar a conexão de várias pequenas hidrelétricas situadas no oeste catarinense que a nossa COPEL projetava conectar naquela cidade do nosso sudoeste”, informou Pugnaloni.
A razão da comemoração da ENERBIOS e de seus parceiros, INNOVENT, Cia AMBIENTAL e Ivan Gilioli, de Abelardo Luz, é que essa solução encurtará distâncias, reduzirá perdas e reduzirá custos de investimento em energia renovável nos dois estados sulinos, tanto para as pequenas usinas hidrelétricas como para o parque eólico do lado paranaense da divisa.
“A importância de investir em novas subestações e novas linhas de transmissão anda um pouco esquecida no Brasil, mas elas sempre foram importantes instrumentos de interiorização da indústria e redução dos custos da expansão da geração renovável. Afinal, os melhores potenciais hidrelétricos e eólicos não estão próximos dos grandes centros de consumo”, explica Ivo Pugnaloni, que foi presidente da COPEL DISTRIBUIÇÃO e da ABRAPCH, associação nacional do setor das pequenas hidrelétricas.
“Quando um governo se descuida de investir em subestações, a única solução, infelizmente é a de aumentar a geração com energia fóssil, pois as termoelétricas movidas a gás e petróleo, muito mais caras e poluentes, tem a vantagem de poder ser instaladas em qualquer periferia de uma grande cidade onde já existe um anel de linhas de transmissão, além disso seu licenciamento ambiental, inexplicavelmente, é muito mais simples. Embora curiosamente, quase ninguém reclama de sua poluição, custo e risco cambial com a importação de combustíveis, salvo honrosas exceções. O nosso complexo eólico, conectando-se em Palmas, vai reforçar a confiabilidade de todo o sistema elétrico do oeste e sudoeste do Paraná e do oeste catarinense, ajudando inclusive a regular a tensão aos consumidores finais, bem como a implantação do programa Paraná Trifásico, com que o Governo Estadual pretende melhorar o desempenho comercial da avicultura e suinocultura da região. Além é claro de aumentar a receita de ICMS com a alteração da legislação que vem aí, com o PL 232 que já passou no Senado”, completou Pugnaloni.
Fonte: ENERCONS