Saiba o que explica a falta de engenheiros nos EUA
Setembro, 2020 – Faltam engenheiros nos Estados Unidos, e não é de hoje. O departamento de trabalho norte-americano (BLS – Bureau of Labor and Statistics) classifica esta profissão como a segunda mais necessitada no país atualmente, perdendo somente para profissionais de saúde.
Mesmo com o aumento demográfico da população nos últimos 20 anos, a quantidade de pessoas que se formou em engenharia vem caindo drasticamente nos EUA. No início dos anos 2000, a média anual de novos formandos no país era de 116,658. Porém, no final da década atual, esta média gira em torno de 86,092 formandos anualmente, de acordo com números divulgados pela ASEE – American Society for Engineering Education, em 2018.
Quem ajuda a explicar os motivos que levam a essa escassez de engenheiros é o Consultor de Investimentos e CEO da AG Immigration – Rodrigo Costa: “Para uma grande parte da população americana o principal empecilho para quem deseja ser engenheiro são os elevados custos para a formação acadêmica. Pagar uma faculdade de engenharia é custoso até mesmo para as pessoas de classe média-alta nos EUA, que na maioria dos casos precisará de um empréstimo para financiar as mensalidades ou de uma bola de estudos”.
Outro fator que ajuda a explicar esta situação é que nas últimas 2 décadas o crescimento econômico dos EUA e a globalização permitiram a criação de uma quantidade tão grande de empresas e startups na América que simplesmente existem mais vagas disponíveis do que pessoas qualificadas para ocupa-las. Uma rara situação curiosamente gerada pela prosperidade do próprio país.
E para impedir que este cenário se agrave ainda mais, o país busca ajuda de talentos estrangeiros.
Os Estados Unidos precisam de engenheiros estrangeiros
O mercado de trabalho da maior potência econômica do planeta oferece diversas oportunidades. Sobretudo para aqueles com experiência comprovada e desempenho de destaque em suas áreas de atuação. Para profissionais estrangeiros, esta é a chance de conquistar o sonhado Green Card, e dar início a uma nova etapa profissional e pessoal nos Estados Unidos.
Ainda de acordo com dados do BLS, em 2018, cerca de 28% dos engenheiros nos EUA são estrangeiros, sendo a maioria deles provenientes da Índia e do Japão.
Esta quantidade de oportunidades que surgem para engenheiros estrangeiros também fez despertar o interesse de profissionais brasileiros. O Brasil também é um dos países que mais exporta trabalhadores qualificados para os EUA. Nosso país é referência na formação de Engenheiros. Em geral, o perfil do brasileiro engenheiro é extremamente com uma pós-graduação, mestrado ou doutorado. Se o profissional tiver entre 5 a 10 anos de experiência no ramo, aumentam ainda mais as chances de ser contratado por uma empresa americana.
O Dr. Felipe Alexandre, advogado e proprietário da AG Immigration, tem observado um aumento cada vez maior de clientes brasileiros que contratam seus serviços para obtenção de um Green Card, mas alerta que grande parte da população brasileira de engenheiros ainda desconhece que existem possibilidades legais de imigração para os EUA: “Muitos profissionais de engenharia no Brasil podem estar qualificados para um visto de imigrante (Green Card) e nem desconfiam.
Ainda de acordo com o Dr. Felipe: “O visto EB-2 NIW (National Interest Waiver), por exemplo, confere o direito ao Green Card e, consequentemente, ao status de residente permanente legal sem a necessidade de possuir uma oferta de trabalho, podendo o candidato qualificar-se somente com base em seu histórico profissional e acadêmico”.
Como funciona o reconhecimento de diploma e obtenção de licença para exercer a profissão nos EUA?
É claro que, como em qualquer outro país, para atuar profissionalmente nos Estados Unidos como engenheiro é necessário ter um diploma reconhecido pelas autoridades locais. Os requisitos de validação de diploma variam de acordo com o estado dos EUA. Mas, via de regra, o profissional precisará atestar por meio de documentação que possui o conhecimento e capacidade exigida para o trabalho.
A primeira providência é pedir um histórico escolar e diploma das instituições de ensino que o profissional cursou no Brasil. Estes documentos precisam ser autenticados e traduzidos por tradutor juramentado. Além disso, existem instituições de ensino nos EUA que podem auxiliar o profissional com seu processo de equivalência ou revalidação de um diploma.
Dependendo da área de engenharia em que atua, o profissional também poderá ser requisitado a completar exames adicionais ou provas de certificação.
Entretanto, vale destacar que só é necessário obter uma licença de engenheiro se o profissional for trabalhar como responsável ou técnico principal de um projeto de engenharia. Caso a intenção do engenheiro estrangeiro seja apenas fazer parte de uma equipe sem nenhum papel de gerência ou autoria, as leis de exercício da profissão tornam-se bem mais flexíveis.
Quais as áreas da engenharia mais procuradas nos EUA?
De acordo com Rodrigo Costa, as áreas da engenharia mais valorizadas nos EUA atualmente são: Engenharia Civil, Óleo e Gás, Engenharia de Produção, Engenharia Eletrônica, Engenharia Elétrica telecomunicações e Redes.
Embora existam oportunidades para engenheiros em praticamente todo os EUA, é notório que as melhores vagas hoje concentram-se no Texas, devido a indústria de óleo e gás que domina aquela região.
Importante frisar que antes da pandemia da Covid-19 os EUA viviam um dos momentos mais prósperos de sua história, com a menor taxa de desemprego dos últimos 50 anos e um número nunca recorde na quantidade de investimentos estrangeiros no país. E este cenário de prosperidade já começa a ser retomado, mesmo com o mundo ainda sobre a ameaça do coronavírus. O Engenheiro que decidir começar agora seu processo de imigração para os Estados Unidos encontrará um campo de trabalho extremamente amplo, bem remunerado e com um cenário cada vez mais promissor para os próximos anos.
Fonte: Imprensa/AG Immigration