Por Severian Rocha
Setembro, 2020 – Para quem vai construir ou reformar, o custo da obra ficou mais caro desde o mês de agosto. Produtos como a barra de aço, muito comum nas construções, subiu 14% ou seja, saiu de RS3. 143,77 para R$ 3. 599,80, o tubo de PVC saltou de R$ 110,00 para R$ 191,00, algo entorno de 73,6% de aumento e outro importante produto, o cimento, teve alta de 32,9% para ficar claro, o preço que está hoje R$ 23,00, antes custava R$ 17,00.
Resultado: a reclamação é geral. Do cliente final, já sufocado pela falta de dinheiro para reformar sua casa até o construtor passando pelo lojista de material de construção.
No Centro-RJ, o diretor da loja WGN Ferragens, Wagner Souza, confirmou para o portal do Jornal da Construção Civil o aumento de preços e da falta dos produtos no mercado, dando destaque ao cimento, tubo de PVC, além das ferramentas importadas.
Wagner diz: “Percebi aumento dos preços dos materiais de construção, sim. Principalmente nos derivados de PVC, derivados de Cimento e Ferramentas importadas, geralmente da China. E isso tem impacta nas vendas. Assim, como a escassez de material, você para conseguir um material não está tendo facilidade”.
Otimismo, o comerciante vê para esse ano como um ano perdido não só para construção como também para todos os setores produtivos. Já 2021, a expectativa é de retomada normal do mercado.
“ Eu acho que a tendência é de melhora para o ano que vem, esse ano foi um pouco difícil não só para nós como para todos os outros setores. Deixa passar esse final de ano que vai melhorar para todo o segmento”, disse Wagner.
Instituição como a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), apresentou dados comprovando os abusos no aumento dos preços relacionados aos materiais de construção vendidos no Brasil, a instituição fez uma representação junto ao governo federal destaca o documento entregue ao governo federal, no dia 14/9, que reúne evidências sobre abusos no aumento do preço de materiais de construção durante a pandemia. A entidade realizou o cruzamento de informações presentes em diversos documentos, cotações e declarações para acionistas por parte de grandes indústrias.
Na defesa dos fabricantes de material de construção, a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT), entidade empresarial que representa mais de 400 indústrias do setor no país afirmou em nota(trecho):
“ Os movimentos de preços identificados no mercado recentemente são consequência de uma série de fatores conjunturais que estão contribuindo, em maior ou menor grau, dependendo do produto e região, para a situação experimentada neste momento.
Nos últimos meses, tivemos uma grande volatilidade da demanda, onde a indústria de materiais de construção por imposição da pandemia viu sua produção diminuir abruptamente para cerca de 50% em abril e maio (de acordo com pesquisa junto a associados da ABRAMAT) e logo na sequência, uma retomada abrupta da demanda, com necessidade de reposição de estoques e incremento expressivo dos volumes de produção, trazendo ao setor um desafio de curto prazo de fazer uma série de ajustes internos de equipamentos, de pessoal e de aquisição de insumos que não são imediatos.
Além disso, em diferentes graus, dependendo do segmento, houve aumento de uma série de matérias-primas, por fatores externos e alheios à vontade ou ação das empresas, seja por questões de oferta/demanda ou relacionadas a flutuações cambiais. Finalmente, ainda podem ter ocorrido problemas de serviços logísticos em algumas regiões, que em função da pandemia ainda estão se normalizando”.
Leia a nota na íntegra em ABRAMAT – http://www.abramat.org.br/nota