Novembro, 2020 – O resultado oficial dos finalistas do concurso de requalificação do Espaço Mascarenhas, em Juiz de Fora (MG), foi anunciado na última sexta-feira (27), às 17h, durante transmissão ao vivo no Youtube e Facebook do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB). O primeiro, segundo e terceiro lugar recebem, respectivamente, premiação de R$ 40 mil; R$20 mil; R$10 mil. O responsável pelo anteprojeto vencedor será contratado para o desenvolvimento dos projetos executivo de arquitetura e urbanismo da Praça Antônio Carlos, da Rua Dr. Paulo de Frontin e do Centro Cultural “Bernardo Mascarenhas”, além dos respectivos projetos legais e complementares.
Se inscrevam profissionais, individualmente ou na qualidade de responsável técnico de sociedade/empresa de prestação de serviços de arquitetura e urbanismo. Ao todo, 120 inscrições foram homologadas. O resultado final sobre quem é o vencedor será divulgado no próximo dia 11. Entre os dias 28/11 e 7/12, os participantes podem interpor recursos; entre os dias 8 e 11/12, a comissão avaliadora do concurso publica respostas aos recursos. Todas as propostas apresentadas estão disponíveis no site: concursofabricamascarenhas.org
De acordo com as arquitetas e coordenadoras do concurso, Cláudia Pires e Cissa Ewald, o Instituto dos Arquitetos do Brasil cumpriu o desafio de organizar um certame, na modalidade de concurso, de forma a elevar o nível das propostas apresentadas de requalificação de um dos espaços históricos mais simbólicos de Juiz de Fora. “A entidade reafirma, cada vez mais, seu compromisso social com a arquitetura e urbanismo por meio dos concursos públicos de arquitetura”, afirmou Claudia Pires.
Por sua vez, Cissa Ewald destacou que foram realizadas cinco visitas técnicas guiadas ao Espaço Mascarenhas e que a quantidade de profissionais e escritórios de diferentes regiões do país foi surpreendente. Conforme explicou, no total foram 145 inscritos, mas nem todos cumpriram os requisitos e, por isso, apenas 120 foram homologados. “Isso demonstra como é complexo o objeto deste concurso: o Espaço Mascarenhas e todo o seu conjunto, e o local onde ele está inserido. Tivemos diversas soluções apresentadas e de grande qualidade”, observou.
CONHEÇA OS FINALISTAS E QUEM RECEBEU MENÇÃO HONROSA.
1º Lugar: HENRIQUE WOSIACK ZULIAN, Curitiba (PR)
Análise da comissão julgadora: “A proposta se destaca pela sua capacidade de explorar as potencialidades dos espaços que conformam o complexo, através de uma compreensão muito assertiva, completa e embasada do contexto, contemplando as demandas explicitadas no Edital de forma criativa, respeitosa e equilibrada. A fluidez do térreo alcança uma articulação almejada entre as construções, com maior aproveitamento das áreas livres e integração entre as praças, dialogando com as áreas adjacentes. Explora a capacidade de funcionamento do complexo em horários distintos, com uma boa proposição programática. A edificação contemporânea anexa se destaca pela harmonia e respeito às preexistências. A Comissão Julgadora destaca a necessidade de amadurecimento do projeto do palco e, eventualmente, da sua localização.” |
2º Lugar: ANDRÉ BIHUNA D’OLIVEIRA, Curitiba (PR)
Análise da comissão julgadora:
Proposta completa e equilibrada, com intervenção delicada e precisa, com apresentação didática e elegante. Propõe unificação do tratamento da praça com faixas de vegetação e mobiliário integrando espaços abertos com fluidez, eliminando edículas e organizando bem fluxos externos e acessos. A Comissão Julgadora discutiu algumas oportunidades desaproveitadas nas relações interior/exterior e algumas escolhas de localização de atividades internas às edificações, a solução efêmera para o palco, excesso de área para o estacionamento, além das prováveis vantagens de inversão na localização do skate e parquinho. Destaque para a reimplantação crítica do monumento a Bernardo Mascarenhas
3º Lugar: TIAGO BRITO DA SILVA, São Paulo (SP)
Análise da comissão julgadora:
A proposta se destaca por sua inserção urbana, correto arranjo do programa e desenho dos espaços exteriores resolvendo de forma adequada e equilibrada suas relações com os edifícios e com o contexto urbano imprimindo uma correta fluidez que lhes dá qualidade ao mesmo tempo em que valorizam o patrimônio tombado.
MENÇÃO HONROSA
– PEDRO PEREZ BARROSO, JUIZ DE FORA (MG).
– ERON DANILO COSTIN, CURITIBA (PR).
– DANILO MATOSO MACEDO, BRASÍLIA (DF).
– MARIANA MOCELLIN MINCARONE, PORTO ALEGRE (RS).
Centro Cultural Bernardo Mascarenhas
Localizado no centro de Juiz de Fora, cidade da Zona da Mata mineira, o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM), principal marco do CTCBM, fica em um antigo edifício industrial, onde costumava funcionar uma fábrica de tear, fundada pelo empresário Bernardo Mascarenhas em 1887. Um século depois, em 1982, o edifício foi tombado pelo patrimônio municipal, tendo sido reconhecido como importante exemplar das características típicas da arquitetura inglesa, de conformação e detalhes neoclássicos, referência da fase de industrialização mineira do início do século XX e funciona como centro cultural desde 1987. A edificação está na história do desenvolvimento industrial do país, por ser uma fábrica que trouxe a primeira hidrelétrica da América Latina para alimentar os seus teares.
“Espaço Mascarenhas”
O “Espaço Mascarenhas” é importante referencial do patrimônio cultural juiz-forano, que integra, também, o Núcleo Histórico da Praça Antônio Carlos. Seu complexo abrange área de 17 mil m² e contemplando a praça, a antiga subestação, os edifícios do Centro Cultural “Bernardo Mascarenhas” (CCBM), da Biblioteca Municipal “Murilo Mendes” (BMMM), da antiga sede administrativa da fábrica de tecelagem (atualmente ocupada pela Secretaria de Educação – SE), do Mercado Municipal e o estacionamento.
A Rua Dr. Paulo de Frontin, que além de abrigar significativos exemplares arquitetônicos protegidos, atua como elemento de ligação entre o “Espaço Mascarenhas” e a Praça Dr. João Penido, que, juntamente com a Antônio Carlos, representam dois dos principais núcleos históricos da cidade. Todos esses elementos integram ainda o Núcleo Histórico Urbano, que detém importante acervo do patrimônio cultural de Juiz de Fora.
Fonte: Imprensa/Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).