Fevereiro, 2021 – Acesso a saneamento básico é um direito humano que muitos brasileiros não possuem.O Nordeste apresenta a pior situação: apenas 26,8% da região é atendida por coleta de esgoto. Isso quer dizer que mais de 70% dos nordestinos não têm acesso a saneamento básico. Foi pensando na realidade dessa região que a organização da sociedade civil, Habitat para a Humanidade Brasil, implementou um projeto piloto de banheiros secos que funcionam sem a necessidade de água, eletricidade, compostagem ou produtos químicos, e são de fácil manutenção.
A tecnologia inovadora, desenvolvida pela empresa alemã 3P Technik, atendeu 84 pessoas de 16 famílias, que vivem na cidade de Riacho das Almas, zona rural de Pernambuco. O sistema do banheiro não polui o ambiente e se adapta às condições climáticas de regiões áridas e semiáridas.
Nessas regiões, é comum que muitas pessoas utilizem como banheiro espaços abertos e comunitários no exterior de suas casas. Estes locais, além de risco de doenças, fornecem pouca privacidade e colocam mulheres e crianças em risco de violência sexual.
“Antes a gente não tinha banheiro. A gente utilizava o mato para satisfazer as necessidades. Então tínhamos que ir lá sempre… se tivesse chovendo ou se tivesse o sol quente. Hoje, a gente tem o banheiro que nos protege do sol e da chuva. Eu gostei. Foi uma experiência muito boa pra a gente aqui”, conta Natalia, moradora de Riacho das Almas/PE.
Para execução do projeto, a organização selecionou famílias de baixa renda de até cinco membros que não tinham acesso a um banheiro adequado. A Habitat Brasil também foi responsável por capacitar as famílias para a utilização dos banheiros, monitorar a constância do uso e realizar entrevistas de acompanhamento com os beneficiários para avaliar a aceitação da tecnologia, ao longo de um ano.
Resultado alcançados
Após um ano de utilização dos banheiros, 94% das famílias relataram que o projeto teve um impacto positivo em suas vidas. Dentre os fatores positivos, os mais citados foram: a facilidade do uso e manutenção, o fato de não haver mau-cheiro e a ausência de moscas e insetos. Além disso, dados da avaliação apontam que houve uma redução considerável na ocorrência de casos de diarreia.
“Estamos muito satisfeitos com os resultados deste piloto. Acreditamos que esse tipo de tecnologia pode ser grande aliada na convivência com o semiárido e esperamos que essa experiência possa ser replicada em larga escala”, relata Mohema Rolim, Gerente de Programas da Habitat para a Humanidade Brasil e responsável pelo projeto.
Para saber mais, acesse: https://habitatbrasil.org.br.