Rio de Janeiro, 25 de março de 2021- “A prévia da inflação de março divulgada hoje pelo IBGE é mais uma prova contundente da inviabilidade da política de Preço de Paridade de Importação usada pela Petrobrás para reajustar os combustíveis. Balizada pelas cotações do mercado internacional, essa política prejudica toda a sociedade brasileira, pois a alta dos preços dos derivados, componente importante do cálculo da inflação, tem efeito cascata na cadeia produtiva e no bolso dos consumidores”, destaca o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.
Os dados do IBGE mostram que prévia da inflação de março disparou, com a forte pressão do preço dos combustíveis e seus impactos nocivos sobre os itens alimentação e transportes, principalmente.
Estatísticas desagregadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para a FUP revelam a deterioração no custo de vida dos trabalhadores:
O gás de botijão teve alta recorde de 18,2% nos últimos doze meses, até março. E somente nos primeiros três meses deste ano o aumento foi de 10,5%, sendo 4,6% só em março.
O reflexo da alta do gás de cozinha foi sentido no item alimentação e bebidas, que aumentou 14,5% em doze meses, ou 2,2% em janeiro/março. “E isso ocorre em pleno agravamento da pandemia, que exige maior distanciamento social, com as pessoas mantidas em casa, com preparação e consumo domésticos de alimentos”, observa Cloviomar Cararine, economista do Dieese/FUP.
Os efeitos em cascata dos reajustes dos combustíveis atingiram duramente os transportes, que subiram 3,79% em março. O resultado foi impactado pela alta de 13% no óleo diesel em doze meses e de 15,9% no acumulado dos três primeiros meses deste ano. Apenas em março, a elevação no óleo diesel foi de 10,7%.
Também os preços da gasolina explodiram: alta de 15,8% em doze meses, 16,2% de janeiro a março deste ano ou de 11,2% somente em março.
E não tem para onde fugir. O etanol também registrou altas sem precedentes: 13% em doze meses, 18% no trimestre deste ano, e 16,4% em março.
Os trabalhadores por aplicativo de transporte foram duplamente penalizados. .Além dos aumentos de custos com combustíveis, eles perderam receita. O valor pago pela corrida caiu 15,8% em doze meses, 3,6% em três meses e 2,4% apenas em março.
Fonte: FUP