CURITIBA, 19/04/2021 – A pandemia da Covid-19 fez com que grande parte dos estabelecimentos comerciais fechassem as portas em vários momentos durante o último ano, tudo para controlar a disseminação do vírus. No Brasil, em alguns locais, a doença continua se espalhando de forma crescente e, por isso, diversas áreas da economia continuam desestabilizadas.
Por causa das restrições, muitas construções e reformas foram paralisadas. Por outro lado, por conta do home office, inúmeras pessoas passaram a ficar mais tempo em casa e, com isso, notar que gostariam ou precisavam fazer mudanças em seu lar, tanto estéticas quanto estruturais. Por conta disso, a demanda para a área de construção civil aumentou.
Segundo especialistas, em 2020, o setor foi um dos únicos que continuou crescendo, enquanto diversas outras áreas da economia caiam. De acordo com a arquiteta e designer de interiores, Karolinna Venturi, a alta demanda se deve por conta da migração das pessoas da empresa para o escritório em casa. ‘‘As pessoas perceberam que precisavam ter um espaço para poder trabalhar, um espaço para os filhos estudarem sem distrações e as casas começaram a ficar pequenas, aos olhos delas’’, diz a especialista. ‘’Por isso, diversas famílias que não procuraram outras casas, optaram por reformar seus lares e aumenta-los para comportar a nova realidade’’, afirma.
Apesar do aumento no fornecimento de materiais como cimento e argamassa que tiveram, segundo dados do Índice de Preço do Consumidor (IPC), um aumento de quase 13% e 10%, respectivamente, as reformas ficavam cada vez mais na mira das famílias em home office.
Por isso, uma das soluções encontradas por escritórios de arquitetura e engenharia civil, foi focar nos fornecedores locais. ‘‘Além de ajudar a fomentar a economia do país, estado ou cidade, o cliente também terá seus produtos de uma maneira mais rápida’’, afirma. ‘‘Pedir produtos importados pode acabar atrasando ainda mais a obra, além de ter uma logística maior’’, conclui Karolinna.
Outro fator determinante para o andamento das reformas, com fornecedores locais é a qualidade dos produtos. Segundo a arquiteta, o Brasil tem batido de frente com produtos importados. ‘‘Nós temos produtos no país, de fornecedores locais que têm a mesma qualidade ou são superiores a produtos de fora, por um preço mais acessível’’, diz. ‘‘Isso é algo que conta tanto para o cliente do projeto, quanto para a economia local, que continua girando mesmo em uma situação como a que estamos vivendo neste momento’’, afirma Karolinna.
Outros benefícios
Além disso, dar preferência aos fornecedores brasileiros ou regionais traz outros benefícios, não só para o cliente final como para a comunidade em que ele está inserido também. ‘‘O comércio local, tendo uma procura maior, pode gerar mais emprego para a população, por exemplo’’, diz Venturi. ‘‘Outro ponto é o aumento de arrecadação de impostos que, depois, serão revertidos em melhorias para a própria população daquele local’’, afirma a arquiteta.