Outubro, 2021 – A imprevisibilidade atual da logística mundial inclui prazos indefinidos ou extensos e preços variados ou mais altos em relação ao período anterior a pandemia. O debate sobre esse tema foi trazido pela Paving Hybrid, nesta segunda-feira, dia 20 de outubro, durante o painel Os Efeitos da Pandemia na Cadeia de Suprimentos de Importação/Exportação. O evento híbrido, que acontece no Expo Center Norte, vai até sexta-feira, dia 22.
Segundo Douglas Lopes da Silva, gerente comércio da Aéreo Brasil, a capacidade diminuída do modal marítimo elevou o fluxo de transporte de insumos por aeronaves, contudo esse modal não possui a mesma capacidade de carga que um navio. “O mercado não estava preparado para uma retomada tão abrupta da economia, com isso os portos não atendem a demanda no tempo necessário. Um exemplo é em Shanghai, cujo porto tem uma média de espera de 1 dia em meio, quando eram três horas antes da pandemia”, comentou.
Nesse sentido, Renata Dunck, CEO da RDunck, avaliou que a pandemia ressaltou que as empresas vivem a globalização, mas poucas são aquelas que entendem o conceito de fato. Assim, essa paralisação é decorrente da vivência da globalização era por osmose, ou seja, sem realizar um trabalho contínuo de desenvolvimento de novos mercados e descobrirem potenciais de negócios em diversas nações. “O que acontece na logística atual é reflexo disso. Quem entende que essa ferramenta dá flexibilidade é um jogador mais preparado, vivenciando a busca por novos mercados e por tecnologias diferentes. As empresas que olham outros mercados menos óbvio estão sofrendo menos, pois elas têm um recurso mais rápido de ação”.
Edison Silva, diretor comercial da Moviis, lembrou que a crise energética na China, com o país procurando atingir as metas de diminuição de emissão de gases de efeito estufa, tem impactado a indústria, que precisa parar a produção por dois dias, ou alterar turnos, também contribui para a tempestade perfeita na área logística de suprimentos. “Houve ainda um descompasso muito grande com a pandemia, porque antes funcionava como um relógio, com as cargas de importação e exportação chegando no fluxo perfeito para esse funcionamento”.
Outro ponto trazido por Luis Maluf, princing da Moviis, foi que o transporte marítimo não funciona como um estacionamento em que se tira e coloca veículos. Para inserir ou retirar uma rota de um navio é necessário um planejamento de cerca de seis meses. Ou seja, o manejo é muito complexo. “Por isso, grandes navios estão sendo produzidos atualmente para serem funcionais e atender as rotas globais, enquanto as rotas secundárias receberão os navios remanescentes”, disse. A seu ver, a infraestrutura brasileira precisa ser adequada para atender as demandas crescentes.
Por fim, Thomas Rittscher III, ex-CEO da Locafrio, ressaltou a falta de sincronia nos portos antes mesmo da pandemia, uma vez que havia problemas relacionados a atrasos, tamanho de navios, falta de espaço para armazenagem, entre outros. “Esse é o principal desafio de todos os players”, pontuou. Segundo o especialista, o impacto atualmente diferente de acordo com a região, em Itajaí, por exemplo, o porto está trabalhando 30% acima da capacidade, enquanto Suape ainda está aquém. O painel contou com perguntas de Carlos Santos, gerente comercial da Dynapac.
Acesse o evento https://www.pavingexpo.com.br/