Dezembro, 2021 – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou, no dia 8 de dezembro, a taxa básica de juros – a Selic – para 9.25%, numa decisão já esperada pelo mercado. “Além disso, o Copom sinalizou um novo aumento de 1.5% – levando a Selic a 10.50% em fevereiro – com o objetivo de frear a inflação, mas, a meu ver, o risco de recessão aumenta com o pagamento de juros como estes, que desestimulam o investimento no Brasil”, adverte o advogado e economista Alessandro Azzoni, acrescentando que “na recuperação da economia após a pandemia, como agora, a taxa de lucro das empresas chega a apenas 10% – com muito suor e com os negócios sob constantes riscos”.
Azzoni lembra também que “esse efeito recessivo aconteceu em 1997, quando a taxa de juros chegou a 14.75%”.
Para o especialista, a notícia de quarta-feira gera ainda temor de inadimplência, “pois, quando sobe a Selic, a taxa básica de juros equaliza a taxa de juros do mercado, aumentando o custo do dinheiro – e com o dinheiro ficando mais caro, o consumo cai, evidentemente”. Azzoni ressalta que “o último relatório do Banco Central revela que mais de 70% da população brasileira está endividada”.
O especialista resume: “Não haverá um crescimento muito significativo na economia em 2022”.
Alessandro Azzoni, advogado e economista, especialista em Direito Ambiental, com atuação nas áreas Civil, Trabalhista e Tributária. É mestre em Direito pela Universidade Nove de Julho, especializado em Direito Ambiental Empresarial pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Graduado em direito pela FMU. Bacharel em Ciências Econômicas pela FMU. Professor de Direito na Universidade Nove de Julho (Uninove). Conselheiro Deliberativo da Associação Comercial de São Paulo (ACSP); coordenador do Núcleo de Estudos Socioambientais da ACSP; conselheiro-membro do Conselho de Política Urbana da ACSP; Membro da Comissão de Direito Ambiental OAB/SP