Rio de Janeiro, dezembro de 2021 – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) promoveram na manhã dessa quinta-feira, 16, em Padre Miguel, Zona Oeste do Rio de Janeiro, a ação “Gás Preço Justo”, com a venda de 200 botijões de gás de 13 litros, a R$ 50 cada um. O valor corresponde a pelo menos a metade do preço praticado hoje no mercado. A campanha respeitou todos os protocolos de segurança exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por causa da Covid-19.
Além de prestar ajuda humanitária para cerca de 200 famílias, os dirigentes sindicais da FUP e do Sindipetro-NF explicaram à população sobre os prejuízos da política de reajustes dos combustíveis baseada no preço de paridade de importação (PPI), adotada pela Petrobrás desde outubro de 2016, que considera o preço do petróleo no mercado internacional e a cotação do dólar, além dos custos de importação, mesmo o Brasil sendo praticamente autossuficiente em petróleo. O impacto vai além do valor dos derivados de petróleo, como gás de cozinha, óleo diesel e gasolina: também afeta os preços dos alimentos, transportes e demais itens, num efeito cascata com forte impacto sobre a inflação.
Um grande botijão inflável laranja, com cerca de cinco metros de altura e a frase “Tá Caro? Culpa do Bolsonaro!”, chamou a atenção da comunidade. Esse mesmo botijão foi usado nas manifestações de 2 de outubro, em protesto contra os reajustes abusivos nos preços dos combustíveis.
“Estamos subsidiando o gás para que a comunidade tenha acesso ao preço justo, mas não gostaria de estar fazendo isso. Infelizmente o valor atual é proibitivo e faz com que as pessoas busquem outras opções para cozinhar, colocando as suas vidas em risco ao usar lenha para fazer comida. A ação Preço Justo é um protesto em relação ao preço exorbitante dos combustíveis. Vamos ajudar a reverter o que está sendo feito hoje com a Petrobrás, que é uma empresa brasileira e que pertence a nós, brasileiros”, afirma o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Alessandro Trindade, diretor do Sindipetro-NF, contou que a ação preço justo do gás na Zona Oeste é mais uma forma de a comunidade petroleira ajudar os mais carentes em meio à pandemia, principalmente os que se encontram em extrema pobreza. “A FUP e o Sindipetro-NF estão aqui mais uma vez mostrando que é possível ter gás a preço justo. Enquanto o governo vem implementando uma sequência de reajustes e impedindo que as famílias levem para a sua cozinha o botijão de 13 quilos”, explica o dirigente.
“A gente escolhe comprar comida ou comprar gás. Tem gente que está cozinhando com lenha! O gás aqui já ultrapassa R$ 110. Então, o que sobrar será usado para a feira e para comprar algum remédio para as crianças”, comenta Leda Lúcia França Vasconcelos, 35 anos, que está desempregada e tem dois filhos especiais. A única renda que entra para a família é a do seu marido, que trabalha com jardinagem.
Jorge Luiz Teixeira, 65 anos, motorista desempregado, comemorou a venda do gás a R$ 50, em Padre Miguel. “Esta ação deveria acontecer todos os meses para beneficiar pessoas como nós. Estou sem renda e quem trabalha hoje é a minha esposa, que é doméstica. Enquanto não volto para o mercado de trabalho seguimos economizando”, contou ele.
Para Maria da Penha Brás, que tem 54 anos e mora sozinha, a ação do gás ajuda muito. “Está difícil. O gás está caro, o arroz está caro, o feijão está caro, a luz está cara. Subiu tudo! Se o botijão de gás a esse preço já me ajuda, imagina para as famílias que têm de três a quatro filhos e não conseguem viver com um botijão por mês”, diz ela, que faz faxinas esporádicas para ganhar dinheiro.
A padeira Taís Maria dos Santos, 43 anos, vive hoje com seus sete filhos e um neto em sua casa própria. “Tenho muita gente para alimentar em casa. Então, com o dinheiro que sobrou hoje vou comprar comida para a minha família”.
Esta é a terceira ação Preço Justo do trimestre promovida pela FUP e pelo Sindipetro-NF. Em outubro, moradores de Rio das Ostras (RJ) e de Vila Vintém, também na Zona Oeste do RJ, tiveram a oportunidade de comprar os seus botijões por R$ 50. Foram oferecidas 200 unidades de 13 litros em cada região.
O preço justo do gás de cozinha ofertado nas ações foi definido a partir de estudos elaborados por técnicos e economistas, levando em consideração os valores e custos da Petrobrás e a garantia de lucratividade de empresas produtoras, distribuidoras e revendedores. Isso prova que o consumidor não precisa e não deve pagar essa conta.