São Paulo, abril, 2022 – “Me despertou vontade de viver no meu lar, trouxe luz para uma casa que só tinha escuridão. Hoje, sinto mais ânimo em viver”. Essa foi a percepção da responsável por uma das 185 famílias beneficiadas pelas ações de melhorias habitacionais promovidas pela Habitat para a Humanidade Brasil, em comunidades dos estados de São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Pernambuco, Sergipe e Ceará. No Dia Mundial da Saúde, celebrado na quinta-feira (7) com o tema “Nosso planeta, nossa saúde”, a Habitat Brasil divulga pesquisa com os impactos positivos, principalmente na saúde dos beneficiários, do programa de intervenção em habitações de famílias de baixa renda, realizado em 2021, a partir de reformas e construções para oferecer ambientes mais dignos, saudáveis e seguros. Entre as moradias que passaram por mudanças, 80% eram chefiadas por mulheres, sendo 43% mães solo, e mais de 70% do volume total considerava-se de cor parda ou preta.
A amostra apresenta números coletados por meio da aplicação de questionário com perguntas relacionadas ao tipo de melhoria recebida no imóvel, levando em consideração as mudanças nos seguintes aspectos: salubridade do ambiente, autoestima, saúde e bem-estar dos membros da família, limpeza da casa e hábitos de higiene, economia na conta de energia elétrica, economia de tempo, acesso à água, funcionalidade da casa e acessibilidade e segurança. No total, 778 pessoas foram beneficiadas a partir da abordagem do Programa Wash, com foco em melhorias que poderiam dar aos moradores mais condições de enfrentar o cenário pandêmico.
De acordo com a pesquisa, a saúde dos moradores sofreu um relevante impacto positivo. Mais de 50% das famílias atendidas revelaram ter um ou mais membros com problemas respiratórios como rinite, sinusite, asma, bronquite, entre outros. Após a realização das melhorias, 89% desse quantitativo declarou melhora nos sintomas das doenças. Além disso, 88% dos núcleos familiares entrevistados confirmaram a importância das intervenções para a prevenção da Covid-19. A maneira como os membros das famílias passaram a enxergar a sua própria identidade após as intervenções também foi avaliada — 98% dos pesquisados afirmaram que as mudanças realizadas contribuíram para a melhora da autoestima.
No quesito higiene dos espaços, 98% afirmaram que as mudanças simplificaram a limpeza da casa. Dentre as famílias que receberam melhorias nos banheiros, 96% declararam realizar as atividades de higiene pessoal com mais facilidade.
Economia e segurança
Por atender às famílias majoritariamente pertencentes à classe social D, com renda de 0 a 2 salários-mínimos, segundo a classificação do IBGE, o viés econômico do projeto da Habitat Brasil tornou-se ainda mais importante. A diminuição na conta de energia elétrica foi um dos aspectos abordados, e todas as famílias afirmaram ter percebido diminuição no valor após participar das ações de melhoria. No que se refere ao fluxo de água nas casas, 51 famílias receberam reservatórios e, com isso, 96% apontaram melhoria no abastecimento.
A segurança surge como outro fator de relevo no contexto no qual as famílias estão inseridas. Das participantes do projeto, 94% das famílias sentiram-se mais seguras em suas casas após as alterações. A privacidade dentro da própria casa, resolvida com instalação de porta no banheiro, por exemplo, ofereceu a 96% dos pesquisados um ambiente mais privativo. Além disso, o programa possibilitou que pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida pudessem sentir-se mais seguros em suas moradias. Das 38 famílias com membros nessas condições, 95% sentiram melhora na acessibilidade da casa.
Fonte: Habitat para a Humanidade Brasil