Varejo de materiais de construção apresenta retração — associativismo faz com que números não sejam piores

Com projeções que números negativos para o ano de 2022, o varejo de materiais de construções se prepara para a retomada em 2023 com auxílio do associativismo. Dados apontam que redes associativistas da Federação Brasileira de Redes Associativistas de Materiais de Construção (Febramat) foram responsáveis pela queda não ter sido ainda maior.

Segundo levantamento da Pesquisa Mensal Comércio (PMC) que teve os dados de agosto 2022 divulgados na sexta-feira, 7 de outubro, percebeu-se no grupo Material de Construção para o Brasil teve uma queda de 7,1% no volume de vendas de materiais de construção na variação mensal, já na variação acumulada do ano a variação foi de -8,2% (base: igual período do ano anterior) e; na variação acumulada de 12 meses, a queda foi de -8,6% nas vendas.

Contudo, em relação à Febramat os números não foram tão negativos. “Com base em números que obtivemos de nossas redes observamos que o volume de compras ficou inferior em – 2,67% em relação ao comparativo ao ano anterior no mesmo período. Os resultados apresentados pela Federação foram melhores do que o mercado como um todo. Ponto de destaque é que muitas redes em diferentes regiões e estados, registraram crescimento em suas compras”, explica Marcio Santos, analista comercial da Febramat.

Os números da entidade são obtidos em parceria com a empresa Área Central, pioneira no mercado de dados de associativismo e que captura das informações de compras das lojas (Sell-in) que estão nas Redes associadas e por meio dessa leitura automatizada.

“Importante lembrar que esses resultados ocorreram depois de meses seguidos de crescimento, sendo que no ano de 2019 o setor de materiais de construção cresceu +3,6% frente a 2018, já em 2020 a alta foi de +4,9%. No ano seguinte, impulsionado com a retomada da economia, propiciada com meses de flexibilização sanitária e liberação menos restritivas ao varejo a alta foi recorde, atingindo12,9% em relação ao ano anterior”, analisa Marcio Santos, reforçando a força desse mercado.

Sobre o futuro

Em relação ao futuro as projeções do analista comercial da Febramat apontam para a melhora de resultados. A expectativa é que com o fim do período eleitoral e com um ano de 2023 sem tantos fatos como o de 2022 a tendência é pela retomado no ritmo de crescimento do setor, recuperando as perdas.

Já em relação ao associativismo as projeções são ainda mais positivas. “Podemos dizer que a principal tendência é o aumento do movimento associado no varejo. Os empresários com perfil associativista quando estão em uma rede, têm ganhos significativos no que se refere à cultura empreendedora e o aumento exponencial de força comercial, o que reflete imediatamente na obtenção de melhores propostas em suas negociações”.

Ele complementa que quando são realizadas compras conjuntas, se proporciona aos empresários maior poder de barganha e um acesso a grandes fornecedores do mercado. “Considerem que uma das propostas do associativismo é integrar ideias e habilidades para alcançar mais rápido os resultados. Aqui, todos partilham de ideias e experiências para juntos ou individualmente resolverem os seus eventuais problemas. A troca entre os associados focam nas melhorias da gestão, expansão, desenvolvimento das suas lojas e suas relações de negócios”, complementa Marcio Santos.

Mas, o que é associativismo?

O modelo de negócios associativista parte da premissa de que a união faz a força no meio corporativo. Com a competitividade cada vez mais alta no mercado, empresários de um mesmo setor encontram na união de interesses em comum novas formas de conduzir e expandir seus negócios. Essa união os tem ajudado a encontrar novas soluções para superar desafios do mercado e a criar oportunidades de negócio. Essa união é o associativismo empresarial.
Com esse modelo as lojas que antes não teriam força para conseguir buscar boas condições de comprar individualmente, hoje conseguem buscar condições diferenciadas com indústria, distribuidoras e prestadores de serviços desse setor, sendo que se reúnem atualmente em 28 redes associadas, que representam mais de 1.300.

 

O associativismo busca sempre fortalecer os elos entre a federação e as redes já associadas, bem como buscar novas redes para expandir nossa área de atuação no Brasil. Nossas frentes de trabalho são muitas, buscando levar as redes associadas boas práticas associativistas e a ligação direta entre elas e indústrias e fornecedores parceiros”, finaliza Rafael Sebold.

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