Agência CBIC
Matéria veiculada no Jornal da Globo desta última segunda-feira (13) apontou o cenário de juros altos como um fator que esfria a economia e impacta todos os setores. De acordo com o noticiário, a construção civil, que sofreu queda de quase 30% de 2014 a 2020, vem vivenciando um ciclo de crescimento desde o segundo semestre de 2021, ainda assim, abaixo da performance registrada antes de 2014. Um dos principais indicadores do setor, o crédito imobiliário, apresentou recuo.
Em entrevista ao noticiário, a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, explicou que, apesar do crescimento no número de novos imóveis comercializados no ano passado, que utilizavam recursos do FGTS, o setor é extremamente dependente de uma maior procura por crédito imobiliário. De acordo com Ieda, os recursos do SBPE, da caderneta de poupança, sofrem a influência direta das taxas de crédito da economia. Hoje, a taxa no SBPE está em torno de 10,5%, inferior à CBIC, mas superior ao que era antes da pandemia.
Ieda evidenciou ainda que a previsão inicial do setor para este ano é de crescimento na casa de 2,5%, em função dos imóveis que já foram vendidos. O setor irá crescer este ano baseado no que foi vendido e lançado nos últimos dois anos. Para a economista, a grande preocupação agora são as fontes de receita para a construção de novas unidades. Vasconcelos alerta que para a continuidade desse ciclo de avanços é preciso lançar novos empreendimentos para a venda. Contudo, o patamar de taxa de juros atual pode impor dificuldade para viabilizar os lançamentos, levando a consequente redução de vendas e menor geração de empregos.