Afirmação é do governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, presente à cerimônia de abertura da 28a Intermodal South America. Ele destacou que logística no Brasil é um desafio, mas que vem sendo vencido paulatinamente
Evento do setor da logística, do transporte de carga, da intralogística e comércio exterior recebeu também o ministro dos Transportes, Renan Filho, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, entre outras autoridades
São Paulo, 5 de março de 2024 – A Intermodal South America começou hoje, com a presença de autoridades públicas, empresários e especialistas do setor da logística, do transporte de carga, da intralogística e do comércio exterior. O evento segue até o dia 7 de março, no São Paulo Expo, em São Paulo, e reúne mais de 500 marcas expositoras de mais de 15 países. Mais de 43 mil profissionais são esperados nos três dias de evento.
O evento coincide com um período importante do País, de crescimento dos setores produtivos nacionais, e com a evolução ainda maior do setor logístico, que ganha mais força com a chamada multimodalidade. Inclusive, este foi um tópico comum abordado pelos participantes durante a cerimônia de abertura. Todos, cada um em seu segmento, reforçaram a importância do transporte multimodal e a necessidade de investimentos na infraestrutura de transportes e no desenvolvimento tecnológico.
Presente à cerimônia, o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que a logística no Brasil é um desafio, mas que vem sendo vencido paulatinamente e utilizou a 28ª edição da Intermodal South America para mostrar este evidente crescimento do setor.
“Esta feira é a maior de todos os tempos e traz uma oportunidade de conectar oferta e demanda, conectar fornecedores de serviços, apresentar novas tecnologias, falar de sistemas inteligentes de transporte, em um momento extremamente interessante para o Brasil, tendo em vista que bons ventos sopram para o país no cenário externo. As aprovações da reforma trabalhista, da reforma da previdência, da lei de liberdade econômica, além de maior autonomia do Banco Central, por exemplo, deram mais bases para que o Brasil pudesse pensar em um crescimento mais sustentável e mais forte. Especialmente agora, podemos liderar esse processo de transição energética porque nós temos todos os insumos para sermos protagonistas na questão do biometano, do hidrogênio verde, dos biocombustíveis. Enfim, nós podemos dar saltos gigantescos e, obviamente, com investimentos, tanto públicos, como privados, em infraestrutura”, avaliou o governador de São Paulo.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, comentou que “o Brasil conquistou um crescimento significativo, tanto nos investimentos públicos quanto nos investimentos privados, o que, obviamente, ajuda a nossa economia porque gera emprego no curto prazo e cria uma externalidade positiva para ajudar na competitividade de todos os outros setores da economia”.
Já o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, ressaltou que 2023 foi um ano crucial para o desenvolvimento econômico do Brasil. “Hoje, mais do que nunca, o Brasil vive um momento importante, de retomada do crescimento econômico, já que 2023 foi muito positivo para o nosso País, no qual iniciamos o ano, por exemplo, com uma expectativa de crescimento na ordem de 0,6% e terminamos com cerca de 3% de incremento do PIB. Assim como a taxa de juros, que no início do ano era de 13,75 e encerrou em 11,75”.
Segundo Costa Filho, 2023 foi um ano histórico para o Brasil. “Pagamos quase R$ 100 bilhões de precatórios, o que vai aquecer a economia. Isso fez o Brasil se tornar a 9ª economia do mundo e o segundo banco mundial, das dez principais economias do planeta, sendo procurado por investidores internacionais, que querem investir em portos, aeroportos, rodovias, infraestrutura, petróleo e gás, o que será essencial para o desenvolvimento do Brasil. Desta forma, com a retomada do investimento público-privado e o diálogo com o setor produtivo, o Brasil vai crescer muito nos próximos anos”, comentou o ministro.
Além disso, Costa Filho elencou as parcerias com o Porto de Santos, as retomadas de investimento e as melhorias realizadas na cidade, com o investimento de R$ 10 bilhões nos últimos anos, que trouxeram melhor mobilidade urbana para o município, contribuindo com o processo logístico.
O ministro de Portos e Aeroportos comentou também sobre investimentos para o aeroporto de Congonhas e em hidrovias nacionais. “Serão investidos R$ 2 bilhões no aeroporto de Congonhas, um dos corações na aviação brasileira, que será fundamental para a gente ter um aeroporto mais estruturado. Além disso, temos trabalhado no PAC Portos, com investimentos de quase R$ 80 bilhões, no PAC da aviação civil, com cerca de R$ 15 milhões e R$ 4 bilhões em hidrovias e será a primeira vez que o Brasil terá uma secretaria de hidrovias”, afirmou.
Expansão da Intermodal – Ainda durante a cerimônia de abertura, o presidente da Informa Markets Brasil, Marco Basso, ressaltou a magnitude do evento e sua importância na apresentação de inovações e soluções tecnológicas para todos os elos da cadeia logística. “Este é considerado o maior evento do setor nas Américas; o evento ocupa quatro pavilhões, o equivalente a mais de 40 mil metros quadrados e temos mais de 500 empresas de 15 diferentes países que apresentarão as últimas tendências do mercado. Além disso, a Intermodal South America tem o papel de aproximar empresas e propiciar essa sinergia entre o setor público e privado, tão importante para o desenvolvimento nacional. Acreditamos que essa seja uma das maiores edições de todos os tempos”, disse Basso.
O diretor do portfólio de Infraestrutura da Informa Markets, Hermano Pinto Jr, enfatizou a preocupação do encontro com o tema sustentabilidade. “Neste momento o mundo está voltado para questões ambientais, como a redução das emissões de gases tóxicos, e esse setor tem o papel estratégico de traçar novas soluções e liderar essa pauta. É nosso compromisso trabalhar a adaptabilidade dos modais e investir em capacitação e tecnologia para garantir nosso completo alinhamento com a COP 28”, destacou Hermano.
Já o presidente da Confederação Nacional de Transportes (CNT), Vander Costa, reforçou em seu discurso a importância da multimodalidade e da integração de modais para melhor eficiência logística. “É preciso investir na integração e na multimodalidade para alcançarmos a eficiência sustentável que tanto buscamos. A agenda ESG foi abraçada pela cadeia de transportes e é prioridade para os próximos anos”.
Acordos e parcerias
Na ocasião, foi assinado o acordo de Cooperação Técnica firmado entre o MOVEINFRA, a INFRA S.A., o CNT/SEST/SENAT e CNI/SENAI em prol de novas parcerias e investimentos na cadeia de transporte logístico nacional. Assinam o documento: João Alberto Abreu, presidente do Conselho Diretor do Moveinfra; Natália Marcassa, CEO do Moveinfra; Jorge Bastos, diretor-presidente da INFRA S/A, Vander Costa, presidente da CNT/SEST/SENAT e Renan Filho, ministro dos Transportes.
O diretor substituto da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Sampaio, destacou a relevância entre a cooperação de diferentes modais, como o terrestre e o aquaviário, para o melhor aproveitamento da infraestrutura nacional e de desempenho logístico. “Estamos com uma proximidade muito grande com a ANTAQ, exemplo disso é a parceria muito produtiva que se deu na Baixada Santista. Buscamos uma operação eficiente com uma matriz energética sustentável através da multimodalidade e da aplicação inteligente de recursos”.
O diretor-geral da ANTAQ, Eduardo Nery, exaltou os números positivos da movimentação portuária no Brasil no ano passado. Segundo o executivo, foram movimentadas mais de 1 bilhão e 300 milhões de cargas nos portos brasileiros em 2023, um recorde histórico. De acordo com Nery, um dos projetos prioritários deste ano é trabalhar os gargalos terrestres que dão acesso aos portos e a aceleração de hidrovias. “Estamos com quatro projetos de hidrovias em andamento: Uruguai/Brasil e Rio Madeira, ambas em estágio avançado de desenvolvimento, Rio Paraguai e Barra do Norte. Queremos agendar as audiências públicas sobre as concessões desse modelo de modal. Precisamos otimizar o potencial das hidrovias, afinal, são mais de 60 mil quilômetros navegáveis”.
A cerimônia de abertura da Intermodal South America 2024 também foi palco para a assinatura de declaração conjunta de Parceria Público-Privada entre o Brasil e os Países Baixos em relação ao desenvolvimento de portos verdes, o chamado Green Ports Partnership.
O vice-prefeito de Roterdã, Robert Simons, marcou presença no encontro e reforçou a importância estratégica que os portos brasileiros possuem na cadeia mundial, especialmente no continente europeu. “O Brasil é um parceiro muito importante para nós, uma relação antiga que vem crescendo cada vez mais. Fiz questão de vir pessoalmente assinar esse acordo e trouxe comigo uma experiente equipe de parceiros logísticos para trabalharmos em projetos que visem o futuro. O Brasil e a Holanda têm em comum a importância logística para a Europa, além da ambição pela construção de um futuro melhor e mais sustentável”.
O green ports partnership é um programa de cooperação por três anos que será um apoio para que empresas holandesas possam exportar e investir no Brasil, bem como promover exportações e investimento de empresas brasileiras para os Países Baixos, ampliando, assim, de forma conjunta, a cooperação bilateral e a troca conhecimento, desenvolvendo a logística portuária e gerando oportunidades de negócios no mercado marítimo, com foco no desenvolvimento sustentável e inovador de portos e terminais brasileiros, além da digitalização, sustentabilidade e transição energética.
Pelo Brasil, assinaram a declaração o Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho; a diretora de Programa da Secretaria Especial para o Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil da Presidência da República Pronunciamentos, Amanda Seabra; o diretor Geral da ANTAQ, Eduardo Nery; o diretor-geral substituto da ANTT, Guilherme Sampaio; e o presidente da INFRA S/A, Jorge Bastos. Já em nome da Holanda, assinaram o vice-prefeito de Rotterdam, Robert Simons; o Embaixador do Reino dos Países Baixos, André Driessen; e o Assessor Sênior de Energia e Gerente Sênior do Programa de Promoção Comercial – ICEP, da Agência Empresarial dos Países Baixos (RVO), Edu Willemse.