Para o Presidente da ONG Biosaneamento, Luiz Fazio, é urgente pensar em soluções de saneamento básico nas áreas periféricas dos grandes centros urbanos.
As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul acendem um alerta para as mudanças climáticas e, atrelado a isso, a falta de saneamento básico. Há mais de uma semana, 364 municípios do estado registraram as consequências disso, com casas alagadas e ruas que se transformaram em cachoeiras de lixo. Até o momento, são 149,3 mil pessoas fora de casa, sendo 20 mil em abrigos e 129,2 mil desalojadas. 873 mil pessoas foram impactadas e, ainda, há o registro de 83 mortes.
“Quem não entra em contato com a água, pode achar que está limpa, tratada, mas não está. Quem conhece sabe que tem fezes, cheiro ruim, doença e representa um perigo para a saúde, podendo inclusive aumentar o número de atendimento nos hospitais públicos”, afirma Luiz Fazio, Presidente da ONG Biosaneamento.
A relação entre as mudanças climáticas e as enchentes é visível quando bairros periféricos de grandes centros urbanos são afetados. Para a ONG Biosaneamento, o aumento das temperaturas causado pelo aquecimento global, com aumento de emissão de gás carbônico, por exemplo, contribui para que enchentes em larga escala ocorram diversas vezes. Ações humanas, atrelado à falta de políticas públicas nestas áreas, impactam a saúde e as estruturas dos estados e municípios.
“O aumento das enchentes em número e gravidade traz ainda mais urgência para universalização do saneamento básico”, afirma Luiz Fazio, Presidente da ONG Biosaneamento.
Saneamento básico
Acelerar soluções de saneamento básico, principalmente em áreas periféricas de grandes centros urbanos, é uma das soluções para mitigar problemas de enchentes causados por mudanças climáticas. Mais de 33 milhões de brasileiros vivem sem água tratada e 93 milhões não têm acesso à coleta de esgoto. Os dados mais recentes foram divulgados pelo Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS).
A lei do novo marco legal do saneamento básico, sancionada em 2020, definiu metas para universalização dos serviços de água e esgotamento sanitário, das quais todas as localidades do país devem garantir que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e a coleta de esgoto, até o ano de 2033. A ONG Biosaneamento também trabalha para universalizar o saneamento básico. Mais de 13 comunidades e 6 mil pessoas já foram impactadas com projetos e parcerias.
“Embora o novo Marco tenha estabelecido metas para a universalização, ainda estamos engatinhando nas ações efetivas para que ela aconteça. Nosso papel é catalisar e apoiar esse movimento”, salienta Luiz Fazio, Presidente da ONG Biosanemaento.