Dados do Censo 2022 mostram como está a distribuição da população em Maceió
Por Gabriel Mileno e Lucas Thaynan
Julho – De expansão populacional a deslocamentos causados por crimes ambientais, Maceió viveu uma década de transformações. O Censo 2022, com seus dados detalhados por setor censitário, oferece um retrato inédito da capital alagoana em seus 509,6 km².
A Agência Tatu coletou os dados disponibilizados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fatores como as regiões administrativas, setores mais populosos e áreas evacuadas com zero residentes são evidentes na análise.
Em alguns bairros de Maceió, é possível encontrar áreas completamente desabitadas, com uma população que varia de zero a menos de dez moradores por setor censitário. Essa situação é mais evidente nos locais afetados pelo desastre ambiental provocado pela Braskem. Essas áreas vazias contrastam fortemente com o restante da cidade, que é densamente povoada.
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São mais de mil domicílios em um setor de apenas 0,17km², localizado no bairro Tabuleiro do Martins. Dentro do setor, residem 2.326 pessoas, tornando esse o segundo setor em termos de população, mas o primeiro em quantidade de domicílios particulares.
Para o IBGE, a definição de domicílio particular é baseada no relacionamento entre seus ocupantes. Se é ditado por laços de parentesco, de dependência doméstica ou por normas de convivência e é construído para servir exclusivamente à habitação, pode ser considerado um domicílio particular.
Estar cumprindo pena de reclusão na penitenciária e/ou presídio não interfere na pesquisa do Censo. Todas as pessoas que estão lá, independente da razão, são contabilizadas como moradores, porém, como residentes de um domicílio coletivo.
Desta forma, o setor censitário de Maceió com a maior população é onde está situado o complexo prisional de Alagoas, que abrange os presídios Cyridião Durval, Santa Luzia e Baldomero Cavalcanti. O setor conta com 2.615 moradores, em 578 domicílios particulares e três coletivos, neste caso, os presídios.
Para o IBGE, a definição de domicílio coletivo está diretamente ligada à relação entre os habitantes e o local onde mora, se é restrito a normas de subordinação administrativa, então é considerado um domicílio coletivo. Alguns desses são hotéis, pensões, presídios, penitenciárias, quartéis, postos militares, asilos, orfanatos, conventos, hospitais e clínicas – com internação – motéis, campings etc.
Os setores censitários fazem parte das regiões administrativas de um município, e em Maceió isso não é diferente. Entre as oito regiões administrativas que abrangem os bairros da capital alagoana, a Sétima Região se destaca por concentrar a maior parte da população, com mais de 274 mil habitantes distribuídos em 108.840 domicílios em uma área de 43.7km². Bairros como Santos Dumont, Cidade Universitária e Tabuleiro do Martins fazem parte dessa região administrativa.
Já a Sexta Região de Maceió é a mais extensa com 319,4km², porém, nem tão populosa quanto a Sétima, que tem pouco mais de 136 mil residentes em 57.366 domicílios. Dessa região, apenas os bairros do Benedito Bentes e Antares fazem parte.
O que são os setores censitários
Cada setor censitário costuma englobar um número relativamente homogêneo de domicílios e população, permitindo uma análise estatística mais precisa e detalhada.
Durante um censo demográfico, os agentes recenseadores são designados para coletar informações em cada setor censitário. Eles visitam domicílios e realizam entrevistas com os moradores, coletando dados sobre composição familiar, renda, escolaridade, condições de moradia, entre outros aspectos relevantes.
Esses dados são posteriormente compilados e analisados pelo IBGE para produzir estatísticas detalhadas sobre a população brasileira. As informações dos setores censitários são atualizadas com frequência em diferentes versões de pesquisas.
Maceió é dividida em oito regiões administrativas que compilam diferentes bairros e, consequentemente, vários setores censitários. A Primeira Região tem os bairros do Poço, Jaraguá, Ponta da Terra, Pajuçara, Ponta Verde, Jatiúca e Mangabeiras. Já a Segunda Região engloba o Centro, Pontal da Barra, Trapiche da Barra, Prado, Ponta Grossa, Levada e Vergel do Lago.
A Terceira Região agrupa os bairros Farol, Pintanguinha, Pinheiro, Gruta de Lourdes, Canaã, Santo Amaro, Jardim Petrópolis e Ouro Preto. A Quarta Região com os bairros Bebedouro, Chã de Bebedouro, Chã de Jaqueira, Bom Parto, Petrópolis, Sta. Amélia, Fernão Velho, Rio novo e Mutange. A Quinta Região somente com os bairros Jacintinho, Feitosa, Barro Duro, Serraria e São Jorge.
Os bairros Benedito Bentes e Antares compõem a Sexa Região e os bairros Santos Dumont, Clima Bom, Cidade Universitária, Santa Lúcia e Tabuleiro dos Martins a Sétima Região. Por útlimo, a Oitava Região, que enquadra os bairros da Jacarecica, Garça Torta, Cruz das Almas, Riacho Doce, Pescaria e Ipioca.
Todas essas oito regiões administrativas da capital alagoana formam a cidade com mais de 50 bairros, indo da parte alta à baixa e do litoral norte ao sul.