Fevereiro – Em estudo divulgado pela Obramax, maior atacarejo de materiais de construção do Brasil, chamou atenção dos profissionais da construção civil sobre o perfil social e econômico do PEDREIRO brasileiro. São dados interessantes nesta segunda edição do Panorama da Construção Civil. O estudo, que é publicado anualmente pela varejista, compila os dados mais recentes do setor, com análises de especialistas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), FGV-Ibre e CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). O objetivo do documento é examinar o desempenho e as tendências do setor no Brasil e oferece insights sobre diversos aspectos da indústria.
RAIO X DO PEDREIRO BRASILEIRO
Quem é o pedreiro brasileiro?
Segundo pesquisa do Salário.com, o perfil do pedreiro brasileiro consiste em homens de 41 anos que trabalham 44 horas semanais, possuem ensino médio completo e trabalham para empresas do segmento de construção de edifícios.
Ao analisar os dados de contratações formais com registro em carteira e regime de trabalho integral, foi observado um crescimento de 2,92% na comparação entre os meses de outubro de 2023 e setembro de 2024.
Um pedreiro executa trabalhos em alvenaria, concreto e outros materiais sempre guiados por desenhos, plantas, esquemas e especificações, utilizando processos e instrumentos para o trabalho do dia a dia. Para se tornar pedreiro, normalmente um profissional começa trabalhando como ajudante em obras.
Profissionalização é desafio para a mão de obra
Embora as perspectivas do mercado sejam positivas e de crescimento, existe uma preocupação das empresas do ramo: encontrar mão de obra especializada.
A escassez de mão de obra continua sendo um grande desafio para o setor da construção civil, onde 60,4% das empresas relatam dificuldades para contratar ou reter talentos, acima da média nacional de 58,7%.
Pedreiros são os profissionais mais difíceis de encontrar, segundo 82% das empresas, seguidos por carpinteiros (79%), mestres de obras (75%) e encarregados de obra (70%). A recuperação do setor, impulsionada por programas como o Minha Casa Minha Vida, ampliou a demanda por profissionais, mas a oferta não acompanhou o ritmo, agravando o problema.
Além da falta de qualificação, que afeta 64,9% das empresas, outro desafio é a escassez de mão de obra não qualificada, citada por 18,5%, principalmente nos setores de indústria e serviços.
O aumento dos custos salariais também é uma preocupação, embora menos relevante na construção civil, afetando 9,4% das empresas.
Esses fatores destacam a importância de políticas voltadas para a capacitação e retenção de talentos como solução para o crescimento sustentável do setor.
Castelo, no entanto, não vê esta questão afetando o crescimento do setor. “Nós tivemos um apagão na educação no período e isso tem reflexos no futuro. No entanto, não vejo isso como sendo um fator preponderante de limitação para o crescimento e causa de custos mais altos”, explica.
Outro dado relevante, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), revelou que 22% dos empresários do setor apontaram a escassez de mão de obra e o alto custo de trabalhadores não qualificados como os principais desafios enfrentados.
Iniciativas como a Academia de Profissionais da Obramax oferecem cursos profissionalizantes gratuitos para ajudar profissionais a elevarem o nível de seus trabalhos. Mais de 47 mil profissionais realizaram os cursos da Academia desde a fundação em 2018, sendo 12 mil neste ano de 2024. Deste total, mais de 70% retornaram para fazer mais de um curso.
Quanto ganha um pedreiro?
A questão salarial dos pedreiros está progredindo nos últimos anos. Segundo dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), ela teve alta de 5,64% entre setembro de 2023 e agosto de 2024. Hoje, estes profissionais ganham em média R$ 2.290,83 por mês.
O levantamento aponta que o teto salarial é de R$ 3.246 — cujo pagamento de R$ 14,84 por hora e R$ 812 por semana permite que o pedreiro ganhe R$ 38.952 por ano. No que tange o piso salarial, os dados apontam que ele é de R$ 2.228 – remunerando R$ 10,19 por hora, R$ 557 por semana e R$ 26.739 por ano.
Estes valores, no entanto, não são constantes em todas as regiões do Brasil. Segundo levantamento do Salário.com, o Sul é onde os pedreiros ganham mais. Com piso de R$ 2.389 e teto de R$ 2.975, os profissionais de lá possuem média salarial de R$ 2.456. Em seguida está o Sudeste, que paga o valor máximo de R$ 2.867 e o mínimo de R$ 2.303 – com salário médio de R$ 2.367.
Na posição intermediária está o Centro-Oeste, onde os pedreiros ganham o teto salarial de R$ 2.704, piso de R$ 2.171 e uma média de R$ 2.232. Abaixo fica o Nordeste, com salário mínimo de R$ 2.012, máximo de R$ 2.505 e média de R$ 2.068.
Na última posição está o Norte, onde os profissionais da construção possuem piso salarial de R$ 1.995, teto de R$ 2.458 e média de 2.052.
Vale ressaltar que estes números do CAGED contabilizam os empregos formais e com carteira assinada, não abordando remunerações de profissionais que atuam na informalidade.
Onde os pedreiros ganham mais?
Seguindo a tendência nacional de regiões que mais pagam está Santa Catarina, o estado que lidera o ranking: piso de R$ 2.523,24, teto de R$ 3.791,04 e média de R$ 2.594,08 por mês – cerca de R$ 11,82 por hora trabalhada.
Em seguida está o Rio de Janeiro, com piso de R$ 2.457,09 e um teto de R$ 3.584,32. Em média, os pedreiros cariocas ganham um salário médio de R$ 2.526,08 por mês — cerca de R$ 11,67 por hora.
A lista de estados onde os pedreiros ganham mais segue com:
São Paulo: Piso de R$ 2.488,29, teto de R$ 3.559,17 e média de R$ 2.558,15 – R$ 11,66 por hora;
Paraná: Piso de R$ 2.456,13, teto de R$ 3.389,87 e média de R$ 2.525,09 – R$ 11,51 por hora;
Roraima: Piso de R$ 2.243,48, teto de R$ 2.925,30 e média de R$ R$ 2.306,47– R$ 10,55 por hora;
Mato Grosso: Piso de R$ 2.234,50, teto de R$ 3.388,39 e média de R$ 2.297,24 – R$ 10,47 por hora;
Bahia: Piso de R$ 2.224,42, teto de R$ 2.959,18 e média de R$ 2.286,88 – R$ 10,46 por hora;
Espírito Santo: Piso de R$ 2.178,93 , teto de R$ 3.116,84 e média de R$ 2.240,11 – R$ 10,32 por hora;
Goiás: Piso de R$ 2.195,29, teto de R$ 3.096,89 e média de R$ 2.256,93 – R$ 10,31 por hora;
Distrito Federal: Piso de R$ 2.170,12, teto de R$ 2.937,71 e média de R$ 2.231,05 – R$ 10,18 por hora;
Rio Grande do Sul: Piso de R$ 2.150,29, teto de R$ 3.157,97 e média de R$ 2.210,67 – R$ 10,08 por hora;
Minas Gerais: Piso de R$ 2.130,95, teto de R$ 3.131,50 e média de R$ 2.190,78 – R$ 10,04 por hora;
Maranhão: Piso de R$ 2.127,23, teto de R$ R$ 3.155,16 e média de R$ 2.186,96 – R$ 10,03 por hora;
Onde os pedreiros ganham menos?
Apesar da região Norte ser a última no ranking de remunerações, os estados nos quais os pedreiros possuem menores remunerações ficam no Nordeste. O Rio Grande do Norte é o último da lista, com piso salarial de R$ 1.834,49e teto de R$ 2.729,31 – a média é de R$ 1.886,00, com rendimentos de R$ 8,60 por hora trabalhada.
Na penúltima colocação está Sergipe, com salário mínimo de R$ 1.874,28 e remunerações que chegam a até R$ 2.517,00. Desta forma, a média é de R$ 1.926,91 os pedreiros recebem R$ 8,93 por hora lá. Completam a lista:
Pernambuco:Piso de R$ 2.066,18, média de R$ 2.124,19 e teto de R$ 2.800,63 – R$ 9,74 por hora;
Tocantins: Piso de R$ 2.067,33, média de R$ 2.125,38 e teto de R$ 2.982,80 – R$ 9,69 por hora;
Mato Grosso do Sul: Piso de R$ 2.047,94, média de R$ 2.105,44 e teto de R$ 3.030,02 – R$ 9,60 por hora;
Acre: Piso de R$ 2.037,76, teto de R$ 2.746,15 e média de R$ 2.025,00 – R$ 9,58 por hora.
Ceará: Piso de R$ 2.017,00, média de R$ 2.073,63 e teto de R$ 2.843,92– R$ 9,50 por hora;
Pará: Piso de R$ 2.011,66, média de R$ 2.068,14 e teto de R$ 2.850,05 – R$ 9,49 por hora;
Amazonas: Piso de R$ 1.996,43, média de R$ 2.052,49 e teto de R$ 2.821,30 – R$ 9,43 por hora;
Rondônia: Piso de R$ 1.994,63, média de R$ 2.050,63 e teto de R$ 2.823,88 – R$ 9,34 por hora;
Amapá: Piso de R$ 1.982,02, média de R$ 2.037,67 e teto de R$ 2.608,41 – R$ 9,29 por hora;
Piauí: Piso de R$ 1.927,27, média de R$ 1.981,38 e teto de R$ 2.606,77 – R$ 9,04 por hora;
Paraíba: Piso de R$ 1.919,58, média de R$ 1.973,48 e teto de R$ 2.605,57 – R$ 9,01 por hora;
Alagoas: Piso de R$ 1.871,56, média de R$ 1.924,11 e teto de R$ 2.561,04 – R$8,76 por hora;
Sergipe:Piso de R$ 1.874,28, média de R$ 1.926,91 e teto de R$ 2.517,00 – R$ 8,93 por hora;
Rio Grande do Norte: Piso de R$ 1.834,49, média de R$ 1.886,00 e teto de R$ 2.729,31 – R$ 8,60 por hora.
Quanto ganha um pedreiro por faixa etária?
Assim como na maioria das profissões, o salário do pedreiro aumenta proporcionalmente à sua idade. Segundo dados do CAGED, profissionais com menos de 20 anos, e que começam na carreira, ganham em média R$ 2.138,23 por mês – R$ 9,72 por hora trabalhada. Confira a progressão salarial completa do setor:
Entre 21 e 30 anos: Média salarial de R$ 2.327,10 e R$ 10,58 por hora;
Entre 31 e 40 anos: Média salarial de R$ 2.316,59 e R$ 10,52 por hora;
Entre 41 e 50 anos: Média salarial de R$ 2.334,65 e R$ 10,61 por hora;
Entre 51 e 60 anos: Média salarial de R$ 2.349,51 e R$ 10,67 por hora;
Entre 61 e 70 anos: Média salarial de R$ 2.368,46 e R$ 10,77 por hora;
Acima de 70 anos: Média salarial de R$ 2.327,69 e R$ 10,58 por hora.
Fonte: OBRAMAX