Construção em alerta! Para CBIC, nova liberação do FGTS compromete fonte essencial do financiamento da habitação

Agência CBIC

Dirigentes da indústria da construção receberam com preocupação decisão do governo federal de autorizar a liberação do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para trabalhadores impedidos de acesso os recursos por terem optado pelo saque aniversário. “É uma medida que coloca o financiamento da habitação em risco. Toda vez que o FGTS sofre saques fora de sua missão, o investimento em habitação e infraestrutura fica prejudicado”, reagiu Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), entidade nacional do setor.

A entidade, informou, buscará diálogo com o governo federal e com o poder legislativo. “Vamos procurar o Ministério do Trabalho e se não for possível uma solução, vamos sensibilizar o Congresso Nacional. Nós sempre buscamos o diálogo”, enfatizou. “Os efeitos de uma Medida Provisória são imediatos. Essa medida é porta aberta para outras iniciativas que desvirtuam o Fundo”. O governo federal promete anunciar a liberação dos recursos retidos e formalizar a medida por meio de MP.

A CBIC tem atuado para demonstrar os prejuízos da destinação de recursos do FGTS para estimular o consumo. A entidade tem discutido o assunto com o governo federal e parlamentares, sinalizando as perdas para o trabalhador e para o investimento em infraestrutura e habitação. Ao longo desses anos, aplicados em habitação os recursos atrelados ao saque aniversário e sua antecipação teriam construído 2 milhões de novas moradias e gerado cerca de 6 milhões de empregos novos com carteira assinada.

Desde sua implantação, em abril de 2020, 36,8 milhões de trabalhadores usaram o saque aniversário e sua antecipação, movimentando R$ 141,9 bilhões até dezembro de 2024. Hoje, o saque aniversário é a segunda principal modalidade de uso do FGTS e representa 29% do total de recursos movimentados pelo Fundo. Mas nesta operação quem perde é o trabalhador: dados oficiais mostram que, desde 2020, mais de R$ 70 bilhões não puderam ser sacados por trabalhadores dispensados sem justa causa que aderiram à antecipação do saque aniversário. Quem opta por essa modalidade e é demitido retira apenas o valor da multa rescisória de 40% sobre o saldo da conta do FGTS.

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