Abril, 2025 – Hoje, 19 de abril, por volta das 6h, os pescadores da Ilha do Governador (RJ) filmaram manchas de novo vazamento de óleo mar poluindo as águas da Baía de Guanabara, as redes ficaram manchadas de óleo e há risco deste poluente entrar na área de manguezal do Rio Jequiá. A área é uma Unidade de Conservação Ambiental municipal, a Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU) do Jequiá, criada pelo Decreto no. 12.250/1993, com apoio do movimento Baía Viva, e que abrange uma área com rica biodiversidade e avifauna com 147 hectares, sendo um dos últimos remanescentes de manguezal de toda a Baía de Guanabara.
A mancha de óleo foi filmada por pescadores da Colônia de Pesca Z-10, da Ilha do Governador, em frente à Ilha Seca e foz do Rio Jequiá, numa região onde estão localizadas várias unidades industriais e terminais de petróleo: empresa poluidora COSAN (RAIZEN – MOOVE) que em fevereiro provocou grande incêndio nos tanques de combustível ao lado de residências no bairro residencial da Ribeira e tem duas unidades industriais altamente perigosas neste local.
Veja aqui a nossa matéria exclusiva no incêndio da COSAN
Outras presenças na região, além da COSAN, são o terminal de combustível da Estação Rádio da Marinha situada na Ponta do Matoso (dentro da área da APARU do Rio Jequiá) e mais distante está localizado o Terminal da Ilha D’água, da Transpetro.
O Movimento Baía Viva, a pedido dos pescadores artesanais, acionou nesta manhã a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (Marinha do Brasil), o Instituto Estadual do Ambiente (INEA-RJ) e o IBAMA para que façam imediatamente uma vistoria ao local junto com os pescadores e pescadoras, e atuem na identificação da origem de mais esta denúncia.
” Infelizmente, sucessivos vazamentos de óleo no mar vêm contaminando áreas de manguezais que são territórios pesqueiros, o que vem ameaçando a biodiversidade marinha e reduzindo a produtividade pesqueira que é a principal fonte de alimentação e segurança alimentar das comunidades pesqueiras e sua fonte de renda familiar.
Falta uma fiscalização preventiva por parte dos órgãos públicos que deveria ser feita em cooperação com os pescadores artesanais que diariamente tentam tirar seu sustento do mar” disse o coordenador do BV, Sérgio Ricardo Potiguara.