O número de mulheres em cargos de liderança no Brasil obteve um leve aumento em relação a 2016, de acordo com a pesquisa International Business Report (IBR) – Women in Business, realizada pela Grant Thornton, em 36 países. O estudo mostra que do ano passado para cá, houve queda de 4 pontos percentuais no volume de empresas no país sem mulheres em cargos de liderança: o índice saiu de 57% para 53% .
No entanto, se comparado com os últimos 3 anos avaliados pelo estudo o que se vê é um retrocesso significativo: em 2015 apenas 33% das companhias diziam não contar com mulheres em postos mais elevados e estratégicos. Trata-se da mesma percentagem da média global de empresas sem executivas líderes hoje (33%), segundo o estudo da Grant Thornton.
Em 2016, no Brasil, a presença de mulheres em cargos de CEO também aumentou de acordo com a pesquisa. O salto foi de 5% para 11% em relação ao ano anterior. O número de empresas com mulheres no comando financeiro (CFO) também registrou o mesmo salto, de 5% para 11%.
América Latina ainda está distante da media global
Apesar da melhora, as empresas brasileiras ainda figuram com uma media geral de 19% de cargos de alto escalão ocupados por mulheres, índice abaixo da média global, de 24%. Na América Latina, apenas 18% das funções de gerenciamento sênior são ocupadas por executivas, dado que se manteve estável no último ano.
A baixa presença de mulheres nestas posições se reflete nas principais economias da região. Além do Brasil (19%), México e Argentina contam com apenas 18% de empresas com mulheres em cargos de chefia. O Japão continua sendo o país com menos lideranças femininas (73% de empresas sem mulheres no topo) e a Rússia surge à frente do ranking, com 100% de companhias com ao menos uma executiva líder trabalhando.
Na América Latina, as mulheres líderes estão mais presentes no setor de serviços. Segundo a pesquisa, a área de telecomunicações e mídia é a que concentra o maior volume de executivas no gerenciamento (35%), seguida pela área financeira (34%). Globalmente, os setores de turismo e hotelaria, e de saúde se destacam, com 31% e 29% de mulheres na liderança, respectivamente. “Observamos que mesmo nessas áreas a presença das executivas líderes ainda não é tão significativa”, pontua Madeleine Blankenstein, sócia da Grant Thornton Brasil.
Para ela, a responsabilidade pela reversão desse quadro é coletiva, passa tanto pela empresa quanto pela profissional, individualmente. “Por um lado, as mulheres que desejam ocupar cargos de liderança devem procurar novas experiências para obterem uma perspectiva mais interdisciplinar e com isto desenvolverem as competências que as empresas buscam e precisam; e por outro as empresas precisam redefinir o conceito de liderança, entender que a diversidade é necessária e benéfica para elas, e valorizar as competências das profissionais que tem o potencial para cargos estratégicos”, diz a executiva.
Atributos do bom líder
Um dos braços do estudo investigou também as opiniões de homens e mulheres sobre as principais competências do bom líder. Saber delegar é a mais importante para os dois gêneros mas sobretudo para as mulheres: para 56,7% das consultadas essa é a principal competência, contra 42,2%, no caso dos homens. Confiar em si próprio vem na sequência, tanto para elas (53,3%) quanto para eles (37,8%). Em terceiro lugar vem a capacidade de resolver conflitos: para 33,3% das mulheres e para 35,6% dos homens.
“Não identifico uma mudança substancial de cultura, mas o que está acontecendo é que as mulheres, de alguns anos para cá, passaram a disputar com os homens em pé de igualdade. Ou seja, se preparam mais, academicamente, e atingem níveis de excelência que as permite assumir cargos de gerência e figurar na alta administração as empresas. Acredito que o importante é alçarmos a neutralidade de gênero no campo do trabalho, pois a pesquisa revela que homens e mulheres têm opiniões parecidas sobre o que é liderar bem”, finaliza.
Fonte: Assessoria de Imprensa Grant Thornton Brasil