Junho, 2019 – A pouco mais de um mês para a próxima edição da Parada de Orgulho LGBT+, em São Paulo, manifestação social que acontece desde 1997 em prol da garantia dos direitos civis da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, a luta por igualdade social e direito das minorias do Brasil estão cada vez mais fortes, ao passo que gera grande tensão com setores conservadores da sociedade. Atualmente o país lidera o ranking mundial de assassinatos à comunidade (o ano de 2018 registrou 420 assassinatos de LGBT+ brasileiros), enquanto passa por um cenário político caótico e conservador que propaga discursos de ódio que tendem a alimentar ainda mais a violência contra LGBT+ .
Segundo Guto Requena, designer, arquiteto e urbanista prestigiado no Brasil, e também internacionalmente, é em momentos como esse que mais se faz necessária iniciativas para denunciar a violência e dar voz a essas pessoas na sociedade. “O design pode ser uma poderosa ferramenta de ativismo, pois nos convida a pensarmos sobre igualdade e direitos humanos de maneira simples e com grande poder de propagação”, destaca.
Reconhecido por seus projetos dedicados a arte pública e ao uso da tecnologia que provoca emoções, Guto projetou recentemente a instalação “Meu coração bate como o seu”, na Praça da República, região central de São Paulo, que ficará exposta até o mês de setembro. A Obra, uma ferramenta de design como ativismo, é uma homenagem ao movimento civil LGBT+ no Brasil, que completou 40 anos em 2018. O trabalho foi feito com o apoio da Intel e da National Geographic, que produziu uma série de TV chamada Hack the City com quatro artistas plásticos, entre os quais um com Guto Requena.
No interior da obra, feita em parceria com a GTM Cenografia, caixas de som tocam trechos de depoimentos de ativistas. Ao anoitecer, luzes no interior da obra pulsam no ritmo de batimentos cardíacos, transformando-a numa escultura iluminada. ‘Meu coração bate como o seu’ é composta por cilindros de aço carbono industrial, usados em obras de infraestrutura urbana. Eles foram seccionados e agrupados, num gesto que sugere união. Por meio dos depoimentos dos ativistas LGBT+, a obra “falante” busca gerar empatia entre as milhares de pessoas que passam pela praça todos os dias, alertando sobre os diversos tipos de violência sofridos diariamente por pessoas LGBT+.
Para participar da obra basta enviar um depoimento por um número de WhatsApp ((11) 99377-0058) com até 3 minutos de duração. Alguns depoimentos serão selecionados para integrar a instalação.
Fonte: Imprensa/Estúdio Guto Requena