Maio, 2021 – O preço do minério de ferro parece estar em uma roda gigante em alta velocidade. No mercado de futuros, a commodity, que é uma das mais observadas em todo o mundo dada a sua demanda, passou por uma forte oscilação durante o mês de maio.
Desde abril os investidores assistiram a uma valorização em sequência do minério, que alcançou o recorde histórico de US$ 230 dólares a tonelada no dia 10 de maio, na bolsa de Qingdao, na China. Isso representou uma valorização do produto na casa dos 44% ao longo deste ano.
As projeções apontavam para novas altas, mas no último dia 24 essa valorização se dissolveu após a China formalizar um pedido às empresas de commodities que não aumentassem os preços dos produtos para conter as manipulações. O governo chinês alertou que as altas vistas nos mercados de minério de ferro, cobre, aço e carvão seriam irreais e puramente especulativas, e prometeu agir contra falsas valorizações.
“Foi um banho de água fria em todo o mercado internacional. E acabaram trocando o entusiasmo dos investidores por um clima de tensão em um período curto de duas semanas”, avalia Jerri Alves, superintendente do Grupo MBL, que tem forte atuação no setor de mineração.
A ação da China teve reflexo no preço da tonelada. Após a posição do país, o minério de ferro chegou a custar US$ 165 dólares na bolsa de commodities de Dalian, com entrega prevista para setembro.
Segundo Jerri Alves, as intervenções governamentais ainda devem continuar, o que pode manter o mercado instável. “Não sabemos a intensidade das próximas ofensivas do governo, que pode agir inclusive com regulações mais firmes na operação de commodities e fazer recuar ainda mais os preços. É possível que haja uma fuga de investidores para outras commodities no mesmo prazo de entrega. Até lá, esses produtos vão continuar passando por oscilações”, sugere.