Agosto, 2021 – Mesmo com um primeiro semestre bastante animador, a indústria do cimento continua observando com cautela o comportamento do consumo de cimento no país. Apesar de registrar 18% acima dos resultados pré-pandemia, a indústria cimenteira ainda está distante 11% do patamar anterior a forte crise que assolou o setor depois de quatro anos consecutivos de retração, 2015 a 2018.
Após seis meses seguidos de alta, o volume de vendas de cimento perdeu ritmo. O resultado de julho foi considerado próximo a estabilidade frente ao mesmo período do ano passado, com variação de 0,2%, chegando a 5,9 milhões de toneladas. O acumulado no ano diminuiu o crescimento em 2,4 pontos percentuais, atingindo 13,4% com 37,5 milhões de toneladas vendidas, segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento, SNIC.
O cenário de forte crescimento observado no início do ano, principalmente, em função de uma base de vendas muito fraca do mesmo período no ano passado, demonstra agora um arrefecimento. Em linha com as previsões do setor, o efeito estatístico, que até maio favoreceu o crescimento, a partir de junho passou a impactar negativamente a performance de vendas do produto, projetando alta menores para os próximos meses.
Ao se analisar a venda de cimento por dia útil em julho, 240,8 mil toneladas, há um aumento de 1,1% sobre junho deste ano e de 2,1% em relação ao mesmo mês de 2020.
Os principais responsáveis permanecem sendo: as reformas, a autoconstrução (residencial e comercial) e a continuidade de obras do setor¹ imobiliário.
“A preocupação central do setor é com relação à inflação de custos do setor. O coque, maior custo do setor, apenas em 2020 aumentou 125% e em 2021 já acumula mais 60% de alta. Outros insumos como energia elétrica, frete, sacaria, gesso e refratários também vem tendo forte incremento de preços. Mesmo com o bom desempenho das vendas, os reajustes dos insumos comprometem a sustentabilidade financeira do setor.”
Fonte: SNIC