Setembro de 2021 – A Autodesk, empresa referência mundial em software para projetos, iniciou a segunda etapa do projeto de preservação digital do Museu Paulista – popularmente conhecido como Museu do Ipiranga – com foco na modelagem em 3D do Edifício-Monumento e do Parque da Independência. A empresa trabalha desde dezembro de 2019 no mapeamento tridimensional do museu e dos objetos do seu acervo, com o objetivo de construir um modelo completo em 3D e contribuir para a preservação da memória desse importante patrimônio histórico e cultural brasileiro.
O projeto começou com a captura, processamento e tratamento de imagens internas e externas, processo realizado durante o ano de 2020. Concluída essa etapa, a empresa iniciou então a atual fase de modelagem, que terá uma série de desdobramentos, como a criação de ambientes virtuais – que poderão ser usados, por exemplo, para a criação de jogos educativos e visitas à distância -, integração de sistemas de segurança e conservação do patrimônio. Essa etapa também contribuirá para futuras intervenções no museu, de modo que eventuais reformas não prejudiquem o edifício. O objetivo é que essa etapa seja finalizada no segundo semestre deste ano.
“Nosso trabalho significa mais do que a digitalização do acervo e a representação em 3D do museu”, diz Fernanda Machado, arquiteta e especialista técnica da Autodesk responsável pelo projeto. “Trata-se de um mapeamento completo em 3D do edifício e de seus monumentos, com inúmeros dados associados, que pode culminar em diversas aplicações. Por meio do modelo BIM integrado a diversas fontes de informações, conseguiremos propiciar um mar de possibilidades para quando o museu estiver reaberto, como fornecer a base para a criação de visitas guiadas interativas ou o desenvolvimento de um acervo acessível fazendo-se uso de impressão 3D, só para citar alguns exemplos. A atual fase de modelagem será fundamental nesse sentido”, completa Fernanda.
O trabalho de preservação digital do Museu do Ipiranga tem o suporte da tecnologia BIM (Modelagem de Informação da Construção, na sigla em inglês), que permite a criação de modelos virtuais precisos de uma construção. Ele vai além da simples representação em 3D de uma edificação, facilitando a integração entre os diversos profissionais envolvidos e contribuindo para o aumento da produtividade. A Autodesk atua nesse projeto com um time multidisciplinar formado por especialistas em BIM, como o engenheiro civil Pedro Soethe e a arquiteta Fernanda Machado, que utilizam soluções como Civil 3D, Infraworks e Revit, e colaboram em tempo real com a equipe do museu por meio de um ambiente comum de dados. Participam da equipe também Vinicius Barros e Marcelo Laguna, que integram o Programa de Estágio da Autodesk.
Reabertura do museu
Inaugurado em 7 de setembro de 1895 como Museu de História Natural e marco da Independência do Brasil, o Museu do Ipiranga está fechado para visitação desde 2013, passando por obras de restauro, ampliação e modernização. Os trabalhos foram retomados em setembro de 2019. O objetivo é que as obras sejam concluídas em 2022, ano em que será comemorado o bicentenário da Independência do Brasil, com a reabertura do museu ao público.
Outros projetos
Em 2017, a Autodesk realizou o mapeamento em 3D das instalações do Museu Imperial, localizado em Petrópolis (RJ). O projeto incluiu a captação de imagens internas e externas, com o uso de scanners a laser e drones, para a produção de um modelo e de plantas digitais tridimensionais. Todo o conteúdo do trabalho foi doado à Prefeitura de Petrópolis, responsável pela gestão do Museu.
Globalmente, a Autodesk contribuiu para a produção do registro em 3D de patrimônios do National Discovery Museums Institute, responsável por 1.500 museus na Tailândia, e com a produção de modelos digitais tridimensionais de parte da coleção do Smithsonian Institute, responsável pelo patrimônio de vários museus e zoológicos nos Estados Unidos. Na Itália, a Autodesk liderou projeto semelhante ao que será desenvolvido no Museu do Ipiranga e, em parceria com a Fundação Volterra-Detroit, conduziu o processo de digitalização em 3D de sítios históricos e arqueológicos da antiga cidade de Volterra.
A Autodesk formou também parceria com a cidade de Paris para desenvolver um modelo em BIM 3D da Torre Eiffel, criando a maior iniciativa urbana desse tipo, que inclui edifícios, ruas e infraestruturas, calçamentos de pedestres e faixas de segurança, objetos e utensílios urbanos e áreas verdes do entorno.
A empresa está contribuindo ainda com sua expertise na produção de um modelo em 3D do edifício da Catedral de Notre-Dame, na capital francesa, que foi parcialmente destruído por um grave incêndio em 2019. O modelo é baseado em escaneamentos internos da construção realizados antes e depois do incêndio.