Novembro, 2021 – De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), o volume de vendas em outubro totalizou 5,4 milhões de toneladas, uma queda de 9,5% em relação ao mesmo mês de 2020. No entanto, no acumulado do ano (janeiro a outubro), os números permanecem positivos, alcançando 54,6 milhões de toneladas, aumento de 7,5% comparado ao mesmo período do ano passado.
A performance da indústria vem demonstrando uma trajetória descendente desde abril, quando o acumulado do ano atingiu o pico com 20,8%. Ao se analisar a venda de cimento por dia útil, 237,3 mil toneladas em outubro, a queda é de 4,2% comparada com ao mês anterior – demonstrando, mais uma vez, que o período de maior crescimento no ano ficou para trás.
“Apesar dos lançamentos e obras imobiliárias se manterem em elevado patamar, as vendas de cimento vêm arrefecendo nos últimos meses. O grande volume chuvas em outubro também contribuiu negativamente no desempenho do mês, principalmente nas regiões sul e sudeste. A preocupação da indústria do cimento continua relacionada ao alto endividamento – a maior da série histórica iniciada em 2005 – e a queda na renda do brasileiro, além dos conhecidos gargalos e o aumento dos preços dos commodities industriais como coque, energia elétrica, frete, sacaria e refratários.” Paulo Camillo Penna – Presidente do SNIC
PERSPECTIVAS
A economia segue em desaceleração. O setor industrial altamente impactado por condições adversas relacionadas aos custos de insumos, logística, entre outros, deve sofrer ainda mais com resultados financeiros apertados. Ademais, ainda continuam altos os índices de desemprego, o endividamento das famílias, o risco inflacionário e o déficit fiscal, comprometendo um melhor desempenho da nossa economia.
Em contrapartida, registra-se uma melhora nos índices de confiança do mercado. Pelos consumidores³, a melhora está relacionada a uma recuperação das expectativas sobre o mercado de trabalho. Porém, ainda estão cautelosos em relação a intenção de compras de bens duráveis e seguem na expectativa do início do Auxílio Brasil – novo programa social que substitui o Bolsa Família.
Já a confiança dos empresários2 apresentou uma modesta alta, retratando uma acomodação após a queda do mês anterior com recuo na indústria e nos serviços e estabilidade no comércio e na construção.
As obras em andamento e as vendas em expansão, a ampliação do teto do valor dos imóveis no programa Casa Verde Amarela e a continuidade dos leilões de concessões de infraestrutura – como o da rodovia Presidente Dutra com outorga de R﹩ 1,77 bilhão e investimentos de R﹩ 14,8 bilhões e leilão do 5G com movimentação de R﹩ 47 bilhões e geração de recursos aos caixas do governo na ordem de R﹩ 7,1 bilhões – continuam sendo importantes vetores de consumo do cimento.
A continuidade dos investimentos em infraestrutura é estratégica para o setor, constituindo maior segurança a atividade, na medida em que reduz a atual dependência da autoconstrução e das obras imobiliárias, responsáveis pela maior demanda da commodity.
O CIMENTO E A COP26
Fonte: SNIC