“Em apoio a população gaúcha afetada pelas fortes inundações e chuvas, as fábricas de cimento instaladas no Rio Grande do Sul estão em plena operação para ajudar em sua reconstrução, com abastecimento normalizado do produto, que será indispensável para execução das centenas de obras que serão necessárias em todo o Estado.”
Paulo Camillo Penna – Presidente do SNIC
Junho – O desastre natural causado pelas fortes chuvas e inundações no estado do Rio Grande do Sul afetaram as vendas cimento no mês de maio. Em termos nominais foram comercializadas 5,3 milhões de toneladas, uma queda de 5,6% em comparação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). A comercialização do produto no acumulado dos cinco primeiros meses do ano somou 25,2 milhões de toneladas, um ligeiro aumento de 0,8%. A tragédia ambiental no Rio Grande do Sul influenciou também na queda da confiança do consumidor1, diante dos impactos nas condições de vida dos cidadãos e incertezas em relação à economia local.
Apesar do índice de confiança da construção2 ter apresentado retomada em maio, disseminada pelos três grandes segmentos de atividade: Edificações, Infraestrutura e Serviços Especializados, será necessário acompanhar os efeitos secundários do desastre gaúcho nos próximos meses. O processo de reconstrução pode realçar a dificuldade na contratação de mão de obra qualificada.
A confiança da indústria3 continua avançando. A percepção sobre a demanda continua melhorando gradualmente, com os estoques se aproximando da normalidade. Há uma percepção positiva do ambiente de negócios para o segundo semestre, com o aquecimento no mercado de trabalho e alta da massa salarial.
Porém, cabe ressaltar que o índice não captou a danosa publicação da Medida Provisória nº 1.227, no dia 4 de junho, cujo efeito impacta diretamente a competitividade da indústria e o fluxo de caixa das empresas, pois limita e impossibilita a compensação de créditos tributários de PIS/COFINS. Essa medida vem na contramão das premissas do governo, prevista no programa Nova Indústria Brasil.
No entanto, ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescido 0,8% no primeiro trimestre de 2023 em relação ao trimestre anterior, a Construção caiu 0,5% em igual período, resultado da taxa de juros ainda elevada, que desafia o setor e traz reflexos diretos tanto para os financiamentos, quanto para os investimentos produtivos e no consumo da população.
Mesmo diante desses entraves, a indústria brasileira de cimento segue otimista com a ampliação do orçamento anual do FGTS para habitação, o que irá aquecer mais o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), programa que desempenha importante papel na demanda do produto.
TABELA
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GRÁFICO
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FONTES: