Adaptação e novas habilidades são a chave para profissionais que desejam crescer na era da inteligência artificial
Fevereiro, 2025 – Nos últimos anos, a aceleração da inteligência artificial (IA) e da robótica vem transformando o mercado de trabalho em uma velocidade surpreendente. O impacto dessas tecnologias não apenas modifica a maneira como executamos nossas funções, mas também redefine as habilidades essenciais para o futuro profissional. O relatório divulgado no Fórum Econômico Mundial de 2025 apontou que até 2030 serão gerados cerca de 170 milhões de novos empregos, enquanto aproximadamente 92 milhões de vagas poderão desaparecer devido à automação.
A grande questão não é se os robôs substituirão os humanos, mas sim como podemos nos adaptar e evoluir junto a essa revolução. “A tecnologia sempre foi uma aliada da humanidade. O erro está em temê-la em vez de compreendê-la e utilizá-la para impulsionar nossas habilidades”, afirma Felipe Fogaça, empreendedor e especialista na união entre tecnologia e antropologia.
Se analisarmos a história, perceberemos que grandes avanços tecnológicos sempre impactaram o mercado de trabalho. A Revolução Industrial, por exemplo, eliminou inúmeras ocupações artesanais, mas criou novas oportunidades na indústria. Agora, com a IA e a automação, funções repetitivas e operacionais estão sendo rapidamente substituídas por máquinas, enquanto outras profissões ganham cada vez mais relevância.
Trabalhadores da indústria já vivenciam essa mudança de perto. William Adriano de Andrade de Almeida, técnico industrial especializado em programação de robôs, destaca que a automação já é realidade em diversos setores. “Trabalho diariamente com robôs industriais e vejo como eles são ferramentas poderosas, porém ainda dependem de profissionais para programá-los, ajustá-los e supervisionar seu funcionamento. O segredo é saber utilizar essas tecnologias a nosso favor”, afirma.
Exemplos dessa coexistência entre humanos e robôs já podem ser vistos em diferentes setores. Na área da saúde, por exemplo, robôs auxiliam médicos em cirurgias, porém a empatia e a tomada de decisões humanas continuam sendo indispensáveis. Então, o que podemos fazer para nos preparar para esse novo cenário?
Tecnologia e humanização: o equilíbrio necessário
Para Felipe Fogaça, a adaptação ao novo mercado exige um equilíbrio entre conhecimento digital e habilidades humanas. “As profissões do futuro não serão apenas técnicas, mas também interpessoais. A IA pode analisar dados, otimizar processos e até criar conteúdo, mas não substitui a criatividade, a empatia e a visão estratégica de um ser humano”, explica.
Diante disso, três habilidades se destacam como essenciais:
1. Atualização constante: “Buscar novas qualificações em tecnologia e entender como a IA pode ser aplicada à sua área são passos essenciais para se manter relevante”, afirma Marco Giroto, fundador da SuperGeeks.
2. Criatividade e inteligência emocional: William ressalta que, enquanto máquinas realizam tarefas repetitivas, os humanos têm a capacidade única de inovar e se conectar emocionalmente, habilidades que serão cada vez mais valorizadas.
3. Adaptação e mentalidade de crescimento: Encarar a automação como uma oportunidade, e não como uma ameaça, permite que profissionais encontrem novas formas de atuação dentro desse novo contexto.
O futuro do trabalho: colaboração, não competição
Em vez de focar na substituição, especialistas sugerem que o caminho está na colaboração entre humanos e IA. “Os profissionais mais bem-sucedidos serão aqueles que souberem trabalhar com a tecnologia, entendendo que ela pode aumentar sua produtividade e ampliar suas capacidades, e não simplesmente substituir suas funções”, afirma Felipe Fogaça.
Dessa forma, o futuro do trabalho não é sobre a extinção da mão de obra humana, mas sobre a criação de um ecossistema onde máquinas e pessoas atuam lado a lado. A IA não eliminará o trabalho, mas exigirá que todos nós repensemos nossas carreiras e adquiram novas habilidades. O desafio está lançado: cabe a cada profissional decidir se vai resistir às mudanças ou se tornar parte dessa revolução.