Economia
Rio, 17 de Janeiro, 2017 – Na semana passada a Petrobras divulgou para toda imprensa que vai abrir licitação na ordem de R$ 2 bilhões reais para conclusão das obras do COMPERJ. Até aí nada demais, a não ser pelo fato de que somente as construtoras estrangeiras poderem participar do edital. Para a não participação das construtoras brasileiras, a estatal alega problemas como a Operação Lava Jato e exige que as empresas que concorrem ao edital, passem a adotar medidas como compliance ( ética, normas e medidas anticorrupção).
Para quem não se lembra as paralisações das refinarias Abreu e Lima (Pernambuco) e do Complexo Petroquímico da Petrobras, no Rio de Janeiro, representou uma onda de falência por todo o país. Entre as empresas mais atingidas na crise, temos as maiores construtoras do Brasil, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Correa, UTC, OAS. Também, enfrentaram grandes problemas, prefeituras, empresas prestadoras de serviços, o setor naval Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Correa, UTC é, as pequenas e médias empresas. Só na construção civil, estima-se em mais de 500 mil demissões. Muitos trabalhadores, até hoje nunca receberam seus salários e seus direitos trabalhistas, mesmo, com vários protestos na sede da Petrobras é, inclusive o fechamento da Ponte Rio Niterói promovido por operários, na busca por soluções do caso. É claro, além das prisões de políticos, executivos da própria Petrobras, das construtoras brasileiras, como Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Correa, UTC entre outras. O resultado, o país parou e foi parar no fundo do poço. O recomeço é lento e demorado.
Para Luiz Fernando dos Santos Reis, Presidente da Associação das Empresas de Engenharia do Estado do Rio de Janeiro (AEERJ), o Brasil que criou uma cultura de engenharia e um grupo de empresas, de excelência em nível mundial, o caminho pode ser outro: “O governo em vez de incentivar, face á crise que está acontecendo, o crescimento de empresas de porte médio, preparando editais e concorrências compatíveis com os tamanhos dessas empresas, que permitam ela ganhar, crescer e se desenvolver, o governo está tentando manter o mesmo nível de pacote e abrir para o mercado externo. Isso não vai dá certo. Já vi isso no passado. Nossas leis trabalhistas são extremamente arcaicas. São leis que as empresas estrangeiras não estão acostumadas com essas leis. A parte legal, de impostos e contabilidade, eles (construtoras estrangeiras), também não tem como atenderem”, disse Luiz Fernando.