Somente em outubro corte foi de 55,9 mil empregos. Essa é a 20ª queda consecutiva
A construção civil brasileira perdeu 508,2 mil postos de trabalho nos últimos 12 meses. Os tristes números foram alcançados em outubro após o corte 55,9 mil vagas pelo setor – queda de 1,82% na comparação com o mês anterior considerando os efeitos sazonais**. Essa é a 20ª queda consecutiva do indicador e, com isso, o estoque atual de trabalhadores diminuiu para 3,014 milhões.
Os dados são da pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego. Desconsiderando efeitos sazonais, o número de vagas fechadas no período é de 46,7 mil.
Diante dos últimos resultados, o SindusCon-SP estima que até o final de 2015 serão cortados 556 mil postos de trabalho no setor. A projeção representa uma queda de 16,8% em relação ao mesmo período de 2014.
Para o presidente do sindicato, José Romeu Ferraz Neto, a queda cada vez mais acentuada do nível de emprego na construção é resultado direto da crise política, que solapou a confiança dos investidores e das famílias e fez a recessão atingir em cheio o setor. “O maior prejudicado pelo fechamento de mais de meio milhão de empregos formais na construção nos últimos 12 meses é o país. Não podemos permitir que esta situação continue indefinidamente”, afirmou.
Em outubro, o segmento de infraestrutura apresentou a maior retração (3,18%), em comparação a setembro, seguido pelo segmento de imobiliário (2,02%). No acumulado do ano, o segmento de infraestrutura apresenta a maior queda (14,23%), seguido pelo segmento imobiliário (12,50%).
A deterioração do mercado de trabalho afeta todas as regiões do Brasil, sendo que os piores resultados foram observados no Norte (-4,82%), e no Centro-Oeste (-2,39%).
Emprego por regiões do Brasil (outubro de 2015)** |
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Região | Variação mensal (%) | Número de novas vagas |
Norte | -4,82 | -9.088 |
Nordeste | -1,76 | -11.292 |
Sudeste | -1,58 | -24.357 |
Sul | -1,21 | -5.650 |
Centro-Oeste | -2,39 | -5.608 |
Brasil (Total) | -1,82 | -55.995 |
**Os dados da tabela consideram os fatores sazonais
Estado de São Paulo
O emprego caiu 1,31% em outubro em relação a setembro, considerando efeitos sazonais, com o corte de 10,4 mil vagas. Desconsiderando a sazonalidade, a queda no período foi de 0,89% (-7 mil vagas). No acumulado ano, a redução do número de empregados no estado foi de 7,50% em relação ao mesmo período de 2014, sendo que novamente área de infraestrutura respondeu pelo pior desempenho (-9,80%). O estoque de trabalhadores caiu para 789 mil.
Emprego por regiões do Estado de São Paulo
(outubro de 2015) |
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Região | Variação mensal (%) | Número de novas vagas |
Sede (capital) | -1,35 | -4.977 |
Santo André | -2,43 | -1.084 |
Campinas | -1,32 | -1.112 |
Ribeirão Preto | -1,17 | -590 |
Santos | -2,61 | -773 |
Sorocaba | -1,11 | -953 |
São José dos Campos | -0,53 | -387 |
Bauru | -1,21 | -299 |
São José do Rio Preto | -0,83 | -253 |
Presidente Prudente | -0,39 | -35 |
*A dessazonalização é um tratamento estatístico que tem como objetivo retirar efeitos que tipicamente acontecem em um mesmo período do ano.
Em 12 meses, entre as regionais, Presidente Prudente apresentou a maior queda, de 28,06%. Na capital, que responde por 46% do total de empregos no setor, a retração no mesmo comparativo foi de 11,21%.
Fonte: Assessoria de imprensa SindusCon-SP