Rio, Dezembro, 2017 – O Seminário Inovação e Produtividade na Construção Civil apresentou tendências e informações atualizadas do setor e sua cadeia produtiva. A iniciativa, estruturada pelo Sistema FIRJAN a partir de discussões setoriais, busca fomentar o setor que responde por cerca de 50% dos investimentos da economia do país.
“A Construção Civil é a forma mais rápida de gerar empregos, então dar apoio a essa indústria é fundamental para a retomada econômica do Rio e do Brasil. Para fortalecer esse mercado, estamos construindo um laboratório no SENAI Três Rios, que irá oferecer diversos serviços voltados ao setor, em especial de ensaios relacionados à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575)”, destacou Sérgio Yamagata, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção, Engenharia Consultiva e do Mobiliário de Niterói a Cabo Frio (Sindicem).
Consultor e ex-diretor da Tishman Speyer, Luiz Henrique Ceotto disse ser fundamental industrializar a produção por meio de uma padronização dos sistemas, que incentive os fornecedores a oferecerem produtos pré-fabricados: “A cadeia produtiva deve cooperar profissionalizando e oferecendo ferramentas que transforme a construção em processo de montagem, integrando os fornecedores, encurtando o prazo de produção de um prédio. Isto implica na redução de risco, de custo e de elevação da produtividade”, explicou.
Ubiraci Espinelli, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), apresentou um estudo de caso no qual a organização do trabalho por meio de uma gestão eficiente fez com que houvesse um ganho de 30% em produtividade: “Não são necessários grandes investimentos para alcançar um desempenho mais eficiente. Entre os fatores para ampliar a produtividade a organização e a logística nos canteiros de obra são exemplos de atitudes que mitigam o tempo ocioso. A administração deve gerir continuamente o trabalho para observar o que deve ser ajustado”, afirmou.
Sobre o monitoramento das atividades laborais, Luís Otávio Cocito, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), enfatizou que a informação norteia o desenvolvimento da indústria, independente do ramo de atuação. Para ele, o fundamental é não perder a oportunidade de captar os dados e transformá-los em informações, propiciando que os gestores definam estratégias que alavanquem a produtividade de um negócio.
“A partir de ferramentas de monitoramento, é possível observar como está sendo usado o tempo produtivo de cada operário. Uma boa organização faz com que o tempo de entrega de um empreendimento imobiliário seja reduzido de forma drástica”, disse.
Para Gustavo Sarruf, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Centro Norte Fluminense (SINDUSCON CN), é essencial haver um entendimento entre os agentes da cadeia produtiva e a academia para que o setor da Construção Civil fique mais competitivo.
“O terceirizado precisa ter capacitação e ser especialista na atividade que exerce dentro da indústria imobiliária. Eles são peça-chave na cadeia produtiva. Para aumentar o rendimento será crucial pensar em todo a cadeia, e não apenas nas construtoras”, observou.
Já Mauro Campos, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário do Sul Fluminense (Sinduscon-SF), pontuou que é necessário haver uma reforma no ensino superior de Engenharia. Segundo ele, que também é diretor da Aceplan Construções e Incorporações, “é preciso aumentar a produtividade por meio da capacitação profissional voltada ao século XXI. Muitas universidades ainda estão ensinando Engenharia de 1940, isso limita os profissionais que entram no mercado em relação às novas tecnologias. Faz-se necessário um movimento de aproximação indústria e universidades”, concluiu.