Boa fundação, isolamento de ruídos são algumas das premissas
Janeiro, 2018 – Alguns shoppings, centros comerciais e industriais trabalham com água de reúso sem que os frequentadores desses lugares saibam – ou percebam. Isso se deve muito ao cuidado com que é feita a construção das estações de tratamento de esgoto local. Como há um fluxo diário de centenas e até milhares de pessoas, não é possível ter qualquer percepção de odores, ruídos, ou obstáculos que possam atrapalhar a circulação. Por isso, é necessário que uma série de cuidados sejam tomados como a instalação de cabines à prova de som ao redor dos equipamentos, sistemas de exaustão e aeração (para evitar odores).
Além disso, as estações costumam ocupar pouco espaço e é preciso adequar a construção à área reservada para este fim. Portanto, é necessário que os projetos sejam arquitetonicamente ousados e se adaptem às restrições existentes, como altura, área e piso.
A General Water, concessionária particular de água e esgoto que implanta e opera, com recursos próprios, sistemas de abastecimento de água e tratamento e reúso de efluentes, é a principal empresa que atua neste ramo dentro do Brasil e tem vários desses edifícios como clientes, que são verdadeiros cases de sucesso.
Segundo Fernando Pereira, diretor comercial da empresa, não basta ter uma tecnologia super avançada em reúso sem um bom projeto ou uma boa execução da obra. “Destaco a importância de uma boa fundação, pois muitas vezes os tanques possuem carga elevada e é fundamental usar bons materiais, pois as estações de tratamento são obras de longo prazo e devem suportar a operação por décadas. Também é necessária atenção especial para o projeto, que deve possuir os requisitos para garantir o bom funcionamento da estação, além de estar em harmonia com a arquitetura do ambiente”, diz Pereira.
Uma estação produtora de água de reúso consiste em tanques e reatores biológicos, que degradam a matéria orgânica presente no esgoto, filtros e membranas de ultrafiltrarão e osmose reversa, dosagem de produtos químicos e máquinas para aeração do sistema e desaguamento do lodo gerado.
Parque D. Pedro Shopping: reforma com a estação em funcionamento
Um dos maiores shoppings do Brasil, o Parque D. Pedro, de Campinas, se beneficia muito com a água de reúso, pois está localizado numa região em que a água é escassa e sofreu muito com a crise de 2014.
Por se tratar de um empreendimento gigantesco, a estação de tratamento do shopping é uma obra de grande porte e tem capacidade para tratar 50 litros por segundo de esgoto, o que equivale a uma cidade com mais de 30 mil habitantes. Como a concessionária não possui rede de coleta de esgotos no local, a estação de tratamento deve tratar todo o efluente gerado pelo Parque D. Pedro e não pode parar nunca.
Por isso, quando a General Water iniciou um retrofit completo na estação para capacitá-la a produzir água de reúso de alta qualidade, todo o trabalho ocorreu com o sistema em funcionamento. “Foi um grande desafio de engenharia, pois foram necessárias diversas trocas de equipamentos, mudanças na concepção das tecnologias além de uma grande reforma civil”, diz Fernando Pereira.
No fim, sucesso!
Hoje a estação de tratamento do Parque D.Pedro tem capacidade para produzir mais de 18 milhões de litros por mês de água de reúso, reduzindo dramaticamente a quantidade de água potável que o shopping usa e a geração de esgoto.
Shopping Eldorado: pouco espaço, muita tecnologia
Com restrição de espaço e grande circulação, o Shopping Eldorado, de São Paulo, que utiliza água de reuso em suas dependências, é um ótimo exemplo de como este tipo de construção pode ser customizável e adaptável.
“O projeto da ETE do Eldorado é extremamente ousado, pois consiste numa estação de tratamento com grande capacidade (mais de 9.000 m³/mês) em uma área muito apertada e com diversas restrições (altura, tubulações, canteiros etc)”, explica Fernando Pereira. “A água também é de excelente qualidade, pois o processo utiliza a tecnologia MBR”, afirma ele.
Mais sobre o sistema de reúso
O que é água de reúso?
Fernando Pereira explica que existem dois tipos de águas que podem ser tratadas e reutilizadas: as cinzas, provenientes dos lavatórios e chuveiros, e as negras, o esgoto propriamente dito. Ambas podem ser reaproveitadas, desde que passem pelo tratamento correto. Num empreendimento comercial, por não possuir contribuição significativa de esgoto de chuveiros, o reúso das águas negras é muito mais vantajoso
Como funciona o tratamento?
A água que escorre pelo ralo do chuveiro e da pia ou a que é usada nas descargas pode ser transformada em água potável, num processo de cinco etapas e que dura até 12 horas. Isso é realizado nas estações de tratamento de esgoto e efluentes que estão sob a responsabilidade da General Water.
Por meio de uma tubulação especial, a água descartada é captada junto com dejetos, sabão e outros tipos de fluidos. Na estação de tratamento, ela primeiro passa por uma peneira, que faz a filtragem inicial dos resíduos. Em seguida, a água vai para os tanques de equalização, onde é feito o controle do volume de esgoto necessário para o tratamento.
A terceira etapa é a passagem por um reator biológico, onde bactérias especializadas se alimentam da matéria orgânica, limpando a água. Esse processo dura algumas horas, durante as quais o reator recebe uma injeção constante de ar, para que as bactérias que degradam o esgoto se proliferem.
O passo seguinte é o processamento no tanque de membranas de ultrafiltração, importadas do Japão, que separam completamente o lodo da água, que depois é esterilizada em outro tanque, com cloro. Pronto! A água, que era esgoto, já pode ser usada para o abastecimento de torres de resfriamento de ar condicionado, bacias sanitárias e para a irrigação.
Para mais informações acesse em www.generalwater.com.br