Contra reformas da previdência e trabalhista: a insatisfação popular

Da redação 

A insatisfação e rejeição ao atual governo federal são tamanhas que o país não consegue caminhar livre de erros econômicos e políticos. Segundo avaliação da última pesquisa CNT/Sensus, Temer está com 5% de reprovação.

OK ALUSA ENGENHARIA
Trabalhadores protestam contra demissões no Rio. Créditos: Arquivo JCC

Maio, 2017 – Na última sexta-feira (28/04), milhares de manifestantes saíram às ruas de todo o Brasil com o grito de Fora Temer, na luta contra medidas de reformas nas aposentadorias, mudanças na CLT, flexibilização das Leis Trabalhistas, aumentos de impostos e corte de gastos em vários setores, tais como, educação, ciência e tecnologia, saúde e infra-estrutura.  

De acordo com o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, essas medidas são amargas, porém necessárias para diminuir os gastos públicos, que estão acima do teto fiscal. Na contra mão dessas ações de austeridade aplicadas pelo governo federal, centrais sindicais do país todo, como: CUT, Força Sindical, CTB, UGT, em conjunto com diversos movimentos sociais organizados, promoveram Greve Geral.

O Senador Lindberg Farias-PT-RJ que é contra o governo Temer, crítica a quebra do Conteúdo Nacional, que acabou prejudicando setores importantes da indústria brasileira, “Eles acabaram com o Conteúdo Nacional em benefício das multinacionais estrangeiras. A política de Conteúdo Nacional trouxe para o país construções de navios sondas, plataformas, beneficiando o setor de óleo e gás, assim como também os setores de tecnologia e defesa nacional. Portanto, acabar com o essa política no momento de depressão econômica que o país está, é um escândalo”.   

LINDBERG
Senador Lindberg Farias – PT-RJ, crítico da quebra do conteúdo nacional adotada pelo governo Temer que prejudicou setores da indústria nacional, como, Óleo e Gás, Tecnologia e Defesa Nacional. Créditos: JCC

Em São Paulo, na cidade de Santos, logo cedo, trabalhadores protestaram na porta do Porto de Santos (maior do país), lá pela 10h, a PM-SP, dispersou o movimento com bombas e balas de borracha, gerando muita confusão e correria no entorno do Porto de Santos. Já em Porto Alegre (RS), apesar da repressão da polícia, o protesto teve adesão de mais de 60 mil pessoas.  

Em Recife, o centro da cidade ficou lotado, com gritos de Fora Temer por diversos grupos de trabalhadores e movimentos sociais se revezou no palanque fazendo duras críticas ao governo federal. As pautas foram as mais adversas. A redução de verbas na educação e ciência de tecnologia. Já em Salvador (Ba), outro ponto importante centro do pais, milhares de manifestantes se deslocaram até o pelourinho no final da tarde, para atos contra terceirização do mercado de trabalho, mudanças na leis da aposentadoria do trabalhador e pedirem retoma urgente dos investimentos na economia.

No Rio, entre 5h da manhã e 7h, diversas categorias de trabalhadores, como aeroviários, rodoviários e aquaviários já estavam protestando nas áreas de trabalho. Em Niterói, tanto na Ponte – Rio x Niterói, que ficou fechada até a chegada da PRF e, na entrada das barcas, a tensão foi grande.  A confusão foi generalizada, manifestantes e policiais não se entendiam e o resultado foi ação por parte da PM-RJ, acabou com o protesto a base de balas de borracha e bomba de efeito moral. Na parte da tarde, na frente da Alerj, manifestantes, grupos de trabalhadores e centrais sindicais, protestavam quando novamente a PM-Rj, acabou com o protesto. Na Cinelândia milhares de trabalhadores gritavam Fora Temer, Fora Pezão, prisão para todos os corruptos, contra cortes de gastos e quando de novo, a PM-RJ fez outra ação errada.

Flávio Serafini, Dep. Estadual – Psol quase foi alvejado por uma bomba de gás lançada em sua direção, no palco montado na Cinelândia, durante a Greve Geral:

 “Nós estávamos manifestando de forma pacifica e a polícia começou a atirar bombas próximas do palco. Peguei o microfone e pedir que a PM-RJ parasse de jogar bombas nos manifestantes já que o ato era pacífico. Depois, todos juntos, cantamos o hino nacional como de costume em todos os atos políticos e infelizmente tive que retornar ao palco pedindo paz, já que as bombas continuavam. Foi quando jogaram uma bomba em minha direção, quase acerta minha cabeça. Após esse episódio encerramos o ato. De certo é que, alguém intencionado, fez isso para impedir o direito de livre manifestação e por isso, nós vamos tomar todas as atitudes legais  de mobilização para coibir ações como esta”- diz o Deputado.   

Durante os protestos no Rio, muitas pessoas foram vítimas de balas de borracha e bombas de gás, disparadas pela polícia. Em Goiás, o estudante de Ciências Sociais, Mateus Ferreira, recebeu uma violenta pancada no rosto desferido por um PM-GO, durante protesto na cidade de Goiânia.  O estudante está internado numa UTI, em estado grave.

 

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